Conheça a fotografia Newborn, que registra recém nascidos

Prática faz sucesso no exterior e ganha espaço no Brasil

Imagine tirar fotos de crianças que tenham idades entre cinco e dez dias de vida? Esse tipo de fotografia tem um nome específico: o Newborn, e, sua tradução literal é justamente "recém-nascido". Amplamente divulgado no exterior por meio de trabalhos como a da fotógrafa australiana Anne Geddes, a prática chegou há alguns anos no Brasil e é cada vez mais procurada.

Em Juiz de Fora, uma das representantes é a fotógrafa Rosiane Marinho, dona do Studio F2. Após anos de experiência no mercado financeiro, Rosiane decidiu trabalhar com a fotografia e, em um de seus primeiros trabalhos, seu modelo foi um recém-nascido. "A partir daí, fui fazer um curso Newborn em São Paulo e me apaixonei", conta.

• Férias escolares exigem atenção redobrada aos riscos com a rede elétrica
• Cuidado na volta às aulas: peso de mochila pode prejudicar a postura
• Pais devem tomar cuidados na hora de contratar o transporte escolar dos filhos

Cuidados com o bebê...

A ideia desse tipo de ensaio é registrar os primeiros momentos de vida do bebê, já que o desenvolvimento é muito rápido nos primeiros dias. De acordo com Rosiane, um ensaio pode chegar até a seis horas, o que exige muita paciência do profissional. "A principal característica de um fotógrafo de recém-nascidos é a calma. Não adianta você saber tirar fotos maravilhosas se não tem paciência para cuidar do bebê. Já fiquei 40 minutos fazendo a criança dormir para tirar só uma foto", explica.

Mas não é só de paciência que o profissional precisa. Uma série de cuidados deve ser tomada com o bebê, que ainda é muito frágil. Segundo Rosiane, tudo já começa no clima do ambiente. "A temperatura deve estar entre 27º e 29º e a umidade relativa do ar entre 50% e 60%. As pessoas acham que o recém-nascido precisa de silêncio, quando na verdade o ideal é usar o barulho ao qual ele estava acostumado no útero da mãe". Para isso, a fotógrafa utiliza o aplicativo iOS Sleep Baby Sleep.

Além disso, as mãos do fotógrafo e objetos usados no ensaio devem estar sempre higienizados, o bebê não pode ser deixado sozinho e as poses mais complexas são sempre criadas na edição final da fotografia. Quando se trata dos bebês, o cuidado é redobrado: sua cabeça nunca pode ficar suspensa, os membros não podem ser puxados para não afetar as articulações, as posições não podem demorar e, no caso da criança prematura, as fotos são feitas somente com autorização do pediatra. Rosiane também ressalta que os pais devem sempre consultar o médico responsável para saber se seu filho está pronto para uma sessão de fotos.

... e com as fotos.

De acordo com Rosiane, os cuidados do tratamento da foto são mínimos. "A foto sai praticamente pronta da câmera, porque trabalhamos com uma luz ideal para o recém-nascido. O único tratamento posterior é feito para suavizar as marcas do bebê, mas isso vai de acordo com os pais. A fotografia Newborn é linda por si só", explica.

Investimento

O estúdio de Rosiane é um dos primeiros a oferecer o serviço em Juiz de Fora, que, segundo a mesma, está se lançando no mercado. Para ela, alto custo dos equipamentos para a fotografia Newborn parece impedir fotógrafos de entrarem no ramo. "Para um fotógrafo se especializar em Newborn, ele tem que estar certo, porque o investimento é alto. Os acessórios são caros e diversos, o ambiente deve estar sempre limpo, com trocador, berço e um local para a mãe amamentar. Um assistente também é indispensável. Por outro lado, quem trabalha com isso se apaixona".

Confiança

Para a fotógrafa, toda a relação entre os pais e o profissional da fotografia Newborn deve se basear na confiança. "Os pais têm que confiar em mim, porque eu cuido do bebê durante todo o ensaio. Eu vou trocar a roupa, vou fazer a criança dormir. Pra ajudar nessa relação, peço para que não tenham muitas pessoas no estúdio", conta. Todo esse cuidado rende situações engraçadas. "Já tive momentos em que um neném fez xixi em cima de mim e eu continuei a tirar as fotos pra não perder o momento", brinca.

Para conhecer o trabalho de Rosiane Marinho, acesse.

*Laura Lewer é estudante do 7º período de Jornalismo do CES/JF