Inclusão Digital

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Inform?tica para a popula??o de baixa renda
Programas de inclus?o digital em Juiz de Fora

Ludmila Gusman
17/05/02

Embora muita gente ainda pense que a inform?tica ? um privil?gio da classe alta, alguns programas, projetos e organiza?es n?o governamentais est?o investindo em atividades de Inclus?o Digital, para a popula??o de baixa renda. Em Juiz de Fora, o exemplo mais concreto ? o Comit? de Democratiza??o da Inform?tica (CDInfo) que j? promoveu a abertura de 11 Escolas de Inform?tica e Cidadania (EICs) na cidade. Al?m da ONG, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) tamb?m abre as portas ? comunidade do bairro S?o Pedro, para a utiliza??o dos computadores da Biblioteca Central (Campus Universit?rio, s/n?). Apesar de n?o se tratar de uma escola, o projeto ? uma forma de possibilitar aos mais carentes o contato com a inform?tica.

J? a Legi?o da Boa Vontade (LBV) trabalha desde 1998 com o Centro Comunit?rio Educacional, em parceria com a Associa??o Municipal de Apoio Comunit?rio (AMAC),formando adolescentes, a partir dos 16 anos, para o mercado de trabalho. Mais de dois mil alunos j? foram formados na escola. Eles aprendem Windows, Word, Excel, al?m dos recursos b?sicos de inform?tica.

Aulas a custo reduzido
Na maioria dos projetos de inclus?o, a taxa para as aulas ou utiliza??o do espa?o, se n?o for gratuita, ? simb?lica, j? que a inten??o ? oferecer as aulas ao maior n?mero de pessoas. No caso das Escolas do CDInfo, por exemplo, as crian?as pagam no m?ximo R$ 10, em alguns casos o valor chega at? R$ 2 por m?s.

O Projeto Curumim do Vila Olavo Costa tamb?m j? apostou nessa id?ia. Os diretores criaram, no ano passado, uma mini-sala com computadores, para que as crian?as aprendessem mais sobre como manusear as m?quinas. Mas por falta de incentivo, o projeto n?o foi adiante. Al?m dessas atividade de inclus?o, algumas entidades de assist?ncia possuem na grade de atividades um laborat?rio para as aulas de inform?tica. ? o caso do Instituto Jesus que desenvolve um trabalho de inform?tica com as crian?as assistidas e a todas as pessoas interessadas. A cada curso formam em m?dia dez a 15 alunos. Nos dois casos as crian?as n?o t?m nenhum custo para aprender a lidar com o computador.

Despontando talentos
A chance de se aprimorar com a inform?tica tem feito com que novos talentos se despontem. O Linhares Linhares ? um exemplo. O coordenador da Escola de Inform?tica e Cidadania (EIC), Geraldo Duque, conta que muitos alunos j? est?o no mercado de trabalho, gra?as a oportunidade que lhes foi oferecida. A escola foi fundada em 1999 e, de l? pra c?, formou mais de cem alunos. "Nossa inten??o n?o ? formar profissionais. Queremos simplesmente tornar a tecnologia acess?vel aos mais carentes. Mas alguns alunos se sobressaem e isso nos enche de orgulho", diz.

O cordenador explica que a EIC do Linhares foi um modelo um pouco diferente das demais escolas criadas com o apoio do CDInfo. De acordo com ele, a iniciativa foi da comunidade. "Os moradores correram atr?s dos equipamentos e eles mesmos formaram a escola. Ap?s seis meses de funcionamento conhecemos o CDInfo e integramos ? ONG para levar a escola adiante, explica.

Geraldo Duque afirma que o objetivo inicial foi alcan?ado e a cada dia cresce o n?mero de crian?as interessadas. "Nosso bairro j? ? um local discriminado de v?rias formas. Al?m de estar pr?ximo ? penitenci?ria, existem aqui muitas pessoas carentes e a oportunidade de criar uma escola j? trouxe bons resultados", diz. O coordenador acredita que a o projeto, al?m da inclus?o digital, despertou nos mais carentes o interesse pela inform?tica. "Muitas das crian?as voltam para se tornar volunt?rios. Temos exemplos de dois alunos que come?aram do zero e hoje fazem est?gios e est?o empregados em cursos de inform?tica, gra?as ao incentivo".

Saiba mais sobre os projetos e organiza?es

  • CDInfo - N?o se trata de um programa. O Comit? de Democratiza??o da Inform?tica ? uma organiza??o n?o governamental, sem fins lucrativos que tem como objetivo promover a?es educacionais e profissionalizantes na comunidade de baixa renda. Al?m de desenvolver o trabalho de inform?tica nas popula?es menos favorecidas, a ONG incentiva a promo??o da cidadania, alfabetiza??o, ecologia, sa?de, direitos humanos e o combate ? viol?ncia. O presidente do CDInfo de Juiz de Fora, Fernando Abritta, diz que o objetivo ? criar uma escola em cada bairro, para facilitar o acesso ? tecnologia ao maior n?mero de pessoas carentes. "Nosso objetivo ? trabalhar a inclus?o digital e reintegrar os membros de comunidades pobres, principalmente crian?as e jovens, diminuindo os n?veis de exclus?o social a que eles s?o submetidos no Brasil e em todo o mundo", diz ele. Telefone de contato: 3218-4722.

  • Biblioteca da UFJF - A Biblioteca Central possui mais de cem computadores dispon?veis ? comunidade. Ao todo s?o quatro salas equipadas com acesso ? Internet. Alunos e pessoas da comunidade s?o autorizados a utilizar as m?quinas desde que apresentem identifica??o. Informa?es pelo telefone: 3229 3760.

  • Centro Comunit?rio Educacional - No Programa desenvolvido pela Legi?o da Boa Vontade de Juiz de Fora, as aulas de inform?tica s?o direcionadas a adolescentes e tem por objetivo prepar?-los para o mercado de trabalho. A coordenadora, V?nia Suely da Rosa Gon?alves, explica que as aulas t?m a dura??o de 25 dias. A cada curso formam-se cerca de 56 alunos. O curso ? gratuito. A LBV conta com tr?s volunt?rios e um profissional. Os interessados podem ligar para 3216-1406.