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Raquel disponibiliza uma parte do arm?rio s? para os biscoitos e diz que seu carrinho de supermercado surpreende pela quantidade do "quitute". Mas, mesmo com a fartura, ela confessa que morre de pena quando tem que abrir os biscoitos para as visitas. "Sou a ?nica filha que mora com a minha m?e. Acho ?timo n?o ter com quem dividir os biscoitos", reitera a assistente administrativa que deixou de conversar com uma colega de cursinho por conta dos biscoitos. Os epis?dios embara?osos n?o p?ram. De um cachorro que comeu os biscoitos da bolsa de Raquel num acampamento, deixando-a louca de raiva, at? o c?mulo de comer biscoito recheado em plena churrascaria rod?zio, depois de ter pago pela refei??o. E, detalhe, encerramos a entrevista porque a mo?a estava ansiosa para comprar mais biscoitos... Isso ? que ? f?!
Assim como com os choc?latras e os "viciados" em refrigerante, o caso da Raquel est? mais relacionado ao que o psic?logo chama de compuls?o. "O indiv?duo elege um objeto para trazer a felicidade que falta". Qualquer frustra??o, a pessoa recorre a ele. O mesmo acontece com os consumistas. O celular, um sucesso de vendas, por exemplo, ? um dos objetos mais desejados por consumidores compulsivos. "Esta compuls?o pode ter a fun??o de preencher a lacuna de rela?es humana, transferindo o foco do ser para o ter", avalia Douglas.