Sogras
Amor e ?dio est?o no topo dos relacionamentos entre sogras, noras e genros. E, ao contr?rio da corrente anti-sogra, tem gente que considera a sua como a segunda m?e!
Renata Cristina
*colabora??o
25/05/05
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Jararaca, casc?vel, bruxa, encrenqueira... Em geral, esses s?o os "adjetivos" dedicados ?s sogras de todo o mundo. Elas t?m fama de inconvenientes, chatas e in-su-por-t?-veis. Ao longo do tempo, o r?tulo de "cobras" foi designado a essas figuras que sofrem com piadas e arrog?ncias do tipo: "Feliz foi Ad?o que n?o teve sogra." No entanto, o que ningu?m sabe ? que, ao contr?rio das piadinhas e implic?ncias com as sogras, h? muitos genros e noras que gostam delas.
Quem n?o gosta muito dessa troca de elogios ? o protagonista da hist?ria,
Gilc?lio Barbosa, filho de Nilva e esposo de Luciana, que confessa:
"Morro de ci?mes delas. Sou filho ?nico e sempre tive tudo pra mim. Com o
amor da minha m?e pela L?, tenho que dividir tudo com ela". E os mimos s?o
grandes mesmo. Segundo Nilva, sempre que pode, ela compra um presentinho
para a filha-nora. Para quem acredita que foi amor ? primeira vista, est? muito enganado.
"Quando conheci a Luciana, achei que o nosso relacionamento seria terr?vel,
imaginava que com o esp?rito atirado que ela tem, iria tirar o Gil de mim",
revela Nilva. A solu??o da "sogrona" foi acreditar nas qualidades da futura
nora e refor?ar os la?os entre elas. "Sempre fui louca para ter uma filha,
portanto, coloquei na minha cabe?a que eu n?o teria uma nora, mas sim uma
filha". E quem n?o gosta da sogra? Segundo o psic?logo, L?lio Moura, a uni?o do filho(a) com outra
pessoa pode representar uma amea?a para a m?e. "O papel de m?e (no
caso, a sogra) ? questionado a partir do casamento, levando-se em
considera??o um rompimento ocorrido com a sa?da do filho(a). O genro ou a
nora passam a preencher um espa?o afetivo e familiar antes absoluto, o que
muitas vezes pode gerar uma rivalidade na disputa desse espa?o. Claro
que isso depende bastante da quest?o cultural, j? que a sogra ? vista dessa
forma em nossa cultura ocidental". Na situa??o de A.C.D.S., sua sogra aparenta ser uma boa pesssoa
diante do filho, mas quando contr?rio, ela destrata e humilha a nora. "O
pior ? que meu marido sempre acredita nela. Ela se faz de coitada, me pede
dinheiro, enche a minha casa de gente no final de semana e ainda mistura as
roupas dela com as minhas, para eu lavar". Outro quadro similar ? o da vendedora, N.H.M. (prefere n?o se
identificar), que terminou um noivado de quatro anos devido a uma briga com
a sogra. "Convivia com ironias e agress?es. Discut?amos muito. Ela tinha
coragem de convidar um grupo de pessoas para um anivers?rio na casa dela e
me excluir. Na praia, comprava tudo para todo mundo e me deixava de fora. A
maior vit?ria dela foi quando a gente terminou. Me disseram que ela soltou
uma caixa de foguetes". O psic?logo explica que a presen?a de indiv?duos contr?rios ao
relacionamento pode refor?ar o desejo pela perman?ncia do mesmo. "Esse tipo
de oposi??o nem sempre d? certo, existindo inclusive um estudo na Psicologia
Social chamado Efeito Romeu e Julieta, que aponta o aumento do grau
de atra??o de um casal quando proibido ou impedido de manter um
relacionamento amoroso". Ter calma ? a melhor sa?da
Renata Cristina ? estudante do 8? per?odo de comunica??o da
UFJF
Moura acredita que a toler?ncia, a aceita??o e o
respeito pelo espa?o do outro est?o entre as possibilidades para se
conseguir uma conviv?ncia saud?vel entre sogras, noras e genros. E
aconselha: "Se voc? n?o morre de amores pela sua sogra ou sogro; nora ou
genro... tente compreender o espa?o deles nessa hist?ria
toda. Se mesmo assim ficar dificil, seja assertivo, ou seja, procure um meio
termo entre agressividade e passividade, evitando ao m?ximo ser agressivo ou
passivo diante dos fatos, tentando sempre. Defenda os seus
direitos com tranquilidade e objetividade, mas nunca agressivamente".