Eles:Sair com os pais
? preciso encontrar o equil?brio nesse tipo de situa??o. Nada de
grudar nos pais ou deix?-los de lado quando o assunto ? divers?o noturna
Fernanda Leonel
Rep?rter
03/04/06
|
| ||
Festa, balada, pai, m?e, amigos. Ser? que tudo isso combina? Para a psic?loga L?cia Bargiona Geara (foto abaixo), n?o h? nenhum problema nessa hist?ria. Pais e filhos podem e devem sair juntos sempre que poss?vel. O importante ? estar atento para saber se toda essa situa??o est? em um ponto de equil?brio.
H? aqueles que n?o gostam de sair com os pais nem mesmo para reuni?es tradicionalmente familiares. Outros possuem uma boa
conviv?ncia com os "velhos", mas n?o gostam da id?ia de compartilharem o
mesmo destino noturno.
No outro extremo, h? os que sentem necessidade dos pais por perto,
fazendo com que isso se estenda para a
programa??o noturna. Situa?es comuns, mas n?o em pontos de equil?brio,
diga-se de passagem. No mundo contempor?neo, encontrar a estabilidade da divers?o noturna x
fam?lia tem sido algo cada vez mais complicado. Primeiro, porque os filhos adquirem
mais liberdade a cada gera??o, o
que faz a sa?da para a noite tornar-se mais importante e menos
dependente dos pais. Em contrapartida, diminui-se o estere?tipo antes ainda em
vigor: que lugar de pai e m?e ? na sala assistindo a filme ou, no m?ximo,
namorando no cinema. Os casais de hoje, independente da idade, t?m sa?do
para boates e clubes, locais freq?entados anteriormente s?
pela mo?ada. Com os lugares compartilhados e os filhos saindo cada vez mais cedo e com
menos maturidade, os conflitos tamb?m ficam mais constantes. O resultado de
tudo isso pode ser muita confus?o, se n?o forem cumpridas algumas
limita?es por ambas as partes. No caso de pais e filhos
adolescentes, que come?am agora a descobrir o mundo noturno, mais do que
diferen?a de idade, h? uma diferen?a de linguagem, id?ias e
identifica??o. Por isso, antes de se deseperar e se sentir rejeitado, ?
preciso que os pais tenham em mente que querer sair com os colegas ? uma
atitude saud?vel. Essas caracter?sticas, no entanto, n?o podem tamb?m servir como "muleta" para
todas as situa?es. N?o deixe de ficar atento a sua conviv?ncia, ao que voc?
e ele t?m feito. Ser adolescente n?o ? desculpa para qualquer tipo de situa??o. ? preciso saber enxergar a verdade dos fatos. Se seu filho n?o
quer sair com voc?, e ele ? um adolescente, tudo bem. Mas se ele n?o
quer fazer nada na sua companhia e ainda tem problemas em casa, a situa??o ?
outra. N?o deixe de diferenciar. Nessa mesma fase de adolesc?ncia, ? preciso estar atento ? outro tipo de
experi?ncia. ? preciso entender que seu filho cresceu e que ele est?
aprendendo, mesmo que aos trancos e barrancos, a trilhar seu caminho
sozinho. Pais n?o devem tentar acompanhar os adolescentes em tudo, achando
que nunca ? hora deles sa?rem sozinhos. "? preciso deixar que os filhos
criem e desfrutem da sua individualidade", complementa Geara. Em outra fase
Luciana Mendes (foto), por exemplo, diz que n?o suporta pensar na
possibilidade de uma s?bado a noite com os pais. A estudante de Letras
afirma que n?o gosta de programas de fam?lia e acredita que ? preciso
separar os pap?is. "N?o d? pra levar minha m?e pra boate, por exemplo. Ela
n?o ia me deixar aproveitar nada", comenta. Luciana conta que, certa vez, a m?e e o pai, resolveram sair de casa de
repente, e escolheram os barzinhos da regi?o do Col?gio Academia para tomar
um chopp. Detalhe: ela estava l? com uma turma de amigos. Diz que
ficou t?o sem gra?a que resolveu ir embora. Os pais viraram a noite por l? e
ela foi dormir."Eles n?o me incomodam. Eu ? que fico incomodada", complementa. "Sei que
isso n?o ? bom, mas n?o consigo pensar ou agir de forma contr?ria". Que venham as boates, os clubes, as festas, os forr?s ou as tradicionais
cervejadas da faculdade. Elas est?o juntas, compartilhando segredos e, at?
mesmo, ressacas. A filha diz que a m?e, muitas vezes, est? at? mais animada
que ela para as festas do fim de semana. "As pessoas chegam a estranhar eu e minha m?e juntas. Principalmente quando
n?o nos conhecem e n?o sabem da nossa rela??o. Acham que o fato de ser m?e
acaba mudando determinados comportamentos. Eu me comporto normalmente com a
minha m?e do lado, e isso ? resultado de como ela tamb?m me trata",
afirma. A jornalista diz que a m?e e o irm?o mais velho sempre foram suas maiores
companhias para todas as coisas, incluindo as sa?das noturnas e festas de
amigos. Ela n?o sabe dizer a data certa que essa cumplicidade cresceu, mas
diz que, com certeza, foi depois que ela entrou na faculdade. A psic?loga L?cia Geara afirma que hist?rias como essa ilustram bem v?rios
tipos de comportamento, tanto no que diz respeito aos pais, quanto no que
diz respeito aos filhos. H? a m?e que participa muito e a que parece n?o
tentar se envolver, a filha que se esfor?a para se relacionar bem com a m?e
e a que parece tentar o contr?rio. A par das duas hist?rias a psic?loga comentou: "n?o h? como dar uma receita de
bolo, mas me parece que nenhuma dessas duas hist?rias encontraram seu ponto
de equil?brio". Segundo Geara, n?o se pode s? sair com os pais e abandonar os amigos
ou ent?o ignorar que eles existem e que querem desfrutar da companhia dos
filhos. Tanto filhos como pais tem que rever as duas hist?rias,
principalmente, os pais, que s?o os que possuem mais experi?ncia de vida e maturidade. Eles precisam ser os primeiros a pensar qual ? a imagem que os
filhos t?m deles em uma "balada".