Eles: Casa-Abrigo "Viva Mulher"
Casa-Abrigo "Viva Mulher" Casa fica em local sigiloso e desde sua cria??o em 2003 j? atendeu 56 mulheres
S?lvia Zoche
Rep?rter
19/09/06
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Em Juiz de Fora, mulheres v?timas da viol?ncia dom?stica, que sofrem perigo
iminente, risco de morte e que fazem um boletim de ocorr?ncia na Delegacia de Mulheres da cidade, s?o encaminhadas para a Casa Abrigo "Viva Mulher". A casa existe desde 2003 e at? hoje abrigou 56 mulheres.
Ano | 2003 | 2004 | 2005 | 2006 |
N?mero de abrigadas | 6 mulheres | 10 mulheres | 18 mulheres | 15 mulheres |
Per?odo | agosto a novembro de 2003 | janeiro de 2004 a janeiro de 2005 | janeiro de 2005 a janeiro de 2006 | fevereiro de 2006 a setembro de 2006 |
O aumento do n?mero de mulheres, na opini?o da coordenadora, se deve a dois fatores. O primeiro ? que ?rg?os e institui?es est?o discutindo mais sobre este tema. "Isso encoraja as mulheres". Outro fator apontado ? que a desestrutura??o familiar colabora para os atritos e aumento da viol?ncia. "Por mais que exista liberdade, que as coisas tenham mudado, este problema da viol?ncia contra a mulher ? cultural. A sociedade ? machista e a viol?ncia n?o distingue cor, classe, sexo". Por?m, ? ainda nas popula?es mais carentes que se encontram mulheres com coragem de denunciar seus agressores. "Mulheres de classe social mais alta t?m receio, porque s?o conhecidas e sentem vergonha". Mas a coordenadora ressalta. "As mulheres devem ter coragem de denunciar".
Leis
Apesar da ang?stica, m?goa, medo, tristeza e tantos outros sentimentos que englobam esta nova situa??o, ela continua com grande receio em denunciar. Isto, porque at? dia 21 de setembro de 2006, homens que violentam mulheres, seja f?sica, psicol?gica, sexual, patrimonial e/ou moralmente, contam com a possibilidade de somente pagar multas ou cestas b?sicas com seu ato violento. E em caso de pena com deten??o, o per?odo que o agressor passa atr?s das grades ? de seis meses a um ano.A partir de 22 de setembro de 2006, a situa??o muda com a Lei [federal] da Viol?ncia Dom?stica e Familiar contra a Mulher ou Lei Maria da Penha, sancionada pelo presidente. Os agressores s?o presos em flagrante ou ent?o ter?o sua pris?o preventiva decretada e a deten??o passou para tr?s meses a tr?s anos.
Tanto Oswaldo quanto a coordenadora da Casa Abrigo comentam que o desejo ? que aconte?a uma expans?o da Casa para o Centro de Refer?ncia ? Mulher. "Al?m do atendimento ?s v?timas, os agressores tamb?m ser?o tratados, atendidos, para que estes atos violentos n?o voltem a acontecer". Esta abordagem de recupera??o e reeduca??o do agressor est? na Lei de Execu?es Penais, al?m de ter medidas para proteger a mulher agredida, como a sa?da do agressor de casa e a prote??o dos filhos.
A Casa Abrigo "Viva Mulher"
Assim que elas chegam na casa, passam por uma entrevista social. "Pegamos os dados necess?rios e ela vai se inserindo na casa. Aos poucos, ela faz os trabalhos dom?sticos como fazia em casa e sentir a tranq?ilidade que tinha perdido onde morava". As sa?das da casa somente para extrema necessidade, como ir a um dentista. "Mas ela vai sempre acompanhada de uma funcion?ria, nunca sozinha". Os filhos se n?o s?o transferidos para uma escola ou creche pr?ximas da casa, s?o levados de carro no col?gio onde estudam. As educadoras sociais s?o preparadas tamb?m para fazer atividades s?cio-educativas com as abrigadas, al?m de manter a harmonia entre as mulheres da casa.
A capacidade ? para oito fam?lias, que convivem com uma equipe t?cnica formada somente por mulheres: coordenadora, psic?loga, assistente social, cinco educadoras sociais (estas dormem na casa em esquema de revezamento), auxiliar de servi?os gerais. "H? um motorista, mas ele s? vai at? a casa quando ? acionado". Existem normas dentro da casa que devem ser obedecidas, mas a coordenadora deixa claro que nenhuma mulher ? obrigada a ficar na casa ou a voltar.
Antes da entrevista terminar, a coordenadora recebeu uma liga??o da Delegacia de Mulheres sobre uma mulher com dois filhos para ser abrigada na Casa. "O dia que os homens levantarem a bandeira da n?o-viol?ncia, n?o haver? mais viol?ncia contra a mulher. N?o estamos lutando contra os homens e sim querendo que eles fiquem ao nosso lado", diz Vanessa Lo?asso.
Enquete
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