Pompoarismo

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Pompoarismo Técnica milenar de manobras com os anéis vaginais previne problemas da maturidade feminina e inova as relações sexuais

Renata Cristina
*Colaboração
24/02/2005

Você já deve ter ouvido falar das lendárias prostitutas asiáticas que fumam cigarros e arremessam pequenos objetos com a vagina. Lenda? Não. Esta performance exótica é possível, através do Pompoarismo, uma técnica milenar originária na Índia, que consiste no fortalecimento da musculatura vaginal.

A prática de exercícios com a região pélvica é um costume difundido no oriente e assim que as meninas passam a ter uma vida sexual ativa, suas mães e avós transmitem esses conhecimentos.

Além da satisfação sexual do parceiro, que dependendo da técnica vivencia sensações distintas, o pompoarismo proporciona também o bem-estar da mulher. Os exercícios previnem alguns problemas relativos à maturidade, tais como a incontinência urinária, o afrouxamento muscular e o prolapso genital, vulgarmente conhecido como queda de bexiga e útero. Nos casos de vaginismo, a contração muscular vaginal que impede a penetração, a atividade também é válida.

O treinamento

Para quem deseja aprender o pompoarismo, é necessário treinamento com um especialista na área. "As mulheres podem comprar livros e acessórios, no entanto vão se frustar, pois não têm preparação muscular", diz a terapeuta holística Jussara Haddad (foto ao lado).

Jussara ministra o treinamento há três anos e explica que é bastante simples. "O programa é individual ou com um grupo pequeno de pessoas e tem duração de três meses. Primeiro, verifico se há alguma indicação médica para elaborar a série de exercícios, mas o treinamento é basicamente o mesmo", diz.

Na primeira seção, a terapeuta dá orientações para criar na mulher uma consciência corporal, já que, segundo ela, muitas delas nem conhecem seu próprio corpo. "Passo o primeiro módulo de exercícios para casa e, se houver alguma dúvida, me coloco à disposição. Gosto de ressaltar que não há nenhum contato físico com a cliente".

Já no segundo mês, a cliente passa a usar acessórios, como as bolinhas ben wa e os vibradores (foto acima). As ben wa são duas bolas, semelhantes às do ping-pong, utilizadas para exercícios de sucção e de expulsão. "Nessa fase, a mulher já tem a musculatura enrijecida e pode se familiarizar com os acessórios", observa Jussara.

No último mês, a terapeuta repassa manobras para a vida sexual e os exercícios de manutenção, que segundo ela, têm que ser feitos por toda a vida. "O pompoarismo é semelhante a uma ginástica. Se você pára de fazer as atividades, a sua musculatura enfraquece", pondera.

O preço do curso varia entre R$ 160 e R$ 250. Para grupos de três a quatro pessoas há descontos especiais.

Exercício de Kegel

É registrado na história que, no início do século XX, gueixas japonesas e prostitutas tailandesas se apoderaram dessa "arte" para aumentar seus lucros, massageando o pênis de amantes e clientes com os anéis vaginais. Mais tarde, esta técnica ficaria conhecida como "pompoar", que significa "sugar".

Os exercícios logo foram identificados pelos profissionais da saúde e nos anos 50, o médico norte-americano, Arnold Kegel, criou um método semelhante para suas pacientes, que ficou mundialmente conhecido como "Exercício de Kegel". No início, ele recomendava às mulheres que contraíssem e relaxassem os músculos vaginais 500 vezes por dia. No entanto, ficou comprovado que essa freqüência era exagerada.

A sexóloga Cláudia Bueno indica essa série para quase todos os casos. "O exercício de Kegel tem como objetivo reduzir a incontinência urinária. Porém, os mesmos exercícios que fortalecem a uretra servem para a vagina", explica a sexóloga. "Há uma melhora do tônus muscular, da irrigação e, conseqüentemente, da percepção e do prazer da mulher", enfatiza.

Eles & elas

A psicóloga e especialista em sexologia clínica, Fernanda Loyola (foto ao lado), alerta os casais: "O pompoarismo é uma técnica mais usada para o prazer do homem. Apesar de haver relatos de algumas mulheres que chegam ao orgasmo, a finalidade é proporcionar sensações no homem".

No caso do exercício de Kegel, que não exige nenhuma manobra com objetos, a especialista diz que os benefícios são inúmeros no que diz respeito ao auto-conhecimento da mulher. "Elas percebem o seu corpo e as sensações que ele pode proporcionar, com isso, não se sentem tão passivas diante da relação".

*Renata Cristina é estudante do 8º período da Faculdade de Comunicação da UFJF