Você sabia que a menopausa e o climatério são coisas diferentes?

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Menopausa e climatério

Você sabia que a menopausa e o climatério são coisas diferentes?

Sílvia Zoche
Repórter
03/03/2006

O ginecologista Álvaro Polisseni fala sobre a importância da mulher saber o que é climatério e menopausa. Clique no ícone ao lado e assista ao vídeo sobre este assunto

A mulher que chega aos 40 anos começa uma nova fase de vida, especialmente a sexual. Normalmente, ela percebe alterações em seu ciclo menstrual. É que sua fertilidade decresce progressivamente.

É o início de uma novo período chamado climatério, que vai até os 65 anos, com o começo das regras descontroladas e não produção de progesterona, na pré-menopausa.

Já a menopausa é a ausência de menstruação e acontece por volta dos 50 anos. É quando os ovários param de produzir estrogênio. Segundo o ginecologista Álvaro Polisseni, as mulheres que fumam tendem a chegar à menopausa um ano mais cedo.

Pode haver casos de mulheres que chegam a menopausa antes do 40 anos por falência ovariana precoce ou através de cirurgia. Mas a mulher que retirou o útero e continua com os ovários, terá o climatério normal.

Na pós-menopausa, o organismo da maioria das mulheres começa a produzir o androgênio, hormônio masculino. As magras podem ter um aumento de pêlo, pele oleosa e pequena perda de cabelos. Já as que possuem mais gordura, acabam produzindo o estrona, derivado do estrogênio, tendo maior risco de desenvolver câncer de endométrio.

A crença de que a mulher que menstrua mais cedo ou mais tarde vai adiantar ou retardar a menopausa, respectivamente, não é verdade, de acordo com Polisseni.

"Com 16 semanas de vida intrauterina, o gameta feminino tem oito milhões de folículos primordiais. Folículos são estruturas do ovário que contêm um óvulo dentro. Aos nascer, a menina tem um milhão; na puberdade, por volta dos dez anos, 400 mil folículos. É uma regressão espontânea. Ela não vai usar tudo, assim como nem todas as flores de laranjeira dão laranja", explica. Na menopausa, a mulher já não possui mais folículos.

Sintomas
A curto prazo, a mulher vai perceber irregularidades no ciclo, dores musculares, mudanças de humor e as tais ondas de calor, também conhecidas como fogachos. "Os fogachos são ondas de calor na face, que incomodam bastante, e acontecem principalmente à noite. Isso decorre devido a queda de estrogênio, que atua no centro termo regulador existente na glândula hipotálamo", comenta.

A médio prazo, a mulher percebe alterações no aparelho genitourinário. "Pode ser dor na hora de urinar, aumento de infecção urinária e ressecamento vaginal", diz Polisseni (foto acima). A longo prazo existe a possibilidade de osteoporose e doenças coronarianas.

Mulheres que se sentem mais valorizadas nesta idade, não só pela beleza, mas pela experiência de vida, como as orientais, possuem auto-estima elevada, o que resulta em sintomas da menopausa mais brandos. "Já no ocidente, onde a beleza é mais cultuada, a tendência é que auto-estima nessa idade fique em baixa. A cultura também influencia", relata o médico.

Orientação
Por isso o ginecologista tem um papel importante nesta fase de vida da mulher. Ele vai mostrar pra paciente que ela precisa ter objetivos de vida e melhorar a auto-estima. A atenção deve ser redobrada para mulheres que já possuem um quadro depressivo antes mesmo do climatério.

Exercícios aeróbicos, como caminhada, dança e natação, são primordiais; e, claro, uma alimentação balanceada. "Se a mulher já fizer isto antes de chegar na fase do climatério, melhor ainda", indica.

Outras funções do ginecologista é corrigir os distúrbios menstruais; melhorar a sexualidade; previnir contra os cânceres de mama, útero e ovári, contra a osteoporose e doenças coronarianas, diminuir ou cessar os fogachos, usando hormônios, se necessário.

Neste caso, a terapia hormonal exige um protocolo. "É necessário fazer um exame de sangue para verificar a taxa de glicemia, colesterol total e frações, e triglicérides. É feito também coleta de prevenção de cólo de útero, mamografia para diagnóstico precoce de câncer de mama, ultrassonografia para estudo de útero e de ovário".

Quanto ao medo da terapia causar algum tipo de câncer, Polisseni lembra que o principal fator ainda é o genético. A reposição hormonal pode ser feita oralmente, com adesivo, através de gel, intradérmica, injetável e via vaginal. "A vaginal é mais para diminiuir o ressecamento".