Sexo e sexualidade

Por

Jussara Hadadd 11/11/2008

Sexo e sexualidade

A humanidade, mais do que nunca, encontra-se perdida e desolada, desorientada, desgovernada na quest?o que n?o quer calar, e nunca quis, na verdade, e que diz respeito ao sexo ou a uma interpreta??o d?bia quanto ? sexualidade e a todos os conceitos que a ela se referem. Convido a todos para uma reflex?o atrav?s das palavras a seguir.

Falamos de sexo quando, na verdade, queremos falar de amor ou de sexualidade, quando queremos simplesmente falar de rela?es sexuais. Dizemos em alto e bom tom e para quantos quiserem ouvir o que sentimos ou deixamos de sentir quando nos relacionamos sexualmente com algu?m. Manifestamos, levianamente, nossas proezas e nossas defici?ncias neste ?mbito sem ao menos nos importarmos se dizemos a verdade ou n?o, se expomos um verdadeiro sentimento ou se relatamos a veracidade do que cremos ou percebemos a cerca do objeto que agora comentamos.

Podemos afirmar seguramente que o homem da atualidade, nada diferente do da antiguidade, tem in?meras e infind?veis d?vidas sobre o sexo e suas complexidades.

Os mach?es declarados bradam aos quatro ventos sua virilidade incontest?vel e sua capacidade de realizar os sonhos das mulheres que encontram pelo caminho e em contrapartida as mulheres que nada t?m de declaradas, entretanto insatisfeitas e pouco realizadas, v?m atr?s contestando tal bravura ao jogarem no ar para quem queira ouvir o quanto est?o perdidas e mal servidas na busca de realiza??o sexual.

O que deve ficar claro aqui mais uma vez ? que, pautadas em conceitos dos de menor calibre poss?vel, em decorr?ncia da m? informa??o que recebem na inf?ncia e na juventude e tamb?m dos meios de comunica??o que conseguem acessar, os quais t?m o dom incompar?vel de deturpar ainda mais toda e qualquer mensagem neste sentido, as mulheres v?m se comportando desvairadamente. Guiadas por um vi?s de vulgaridade nunca antes visto, se declaram profundas conhecedoras e dominadoras de um dos mais sublimes e encantadores recursos que dispomos para irmos ao encontro de n?s mesmos e com a paz e felicidade que tanto procuramos.

Revistas e jornais, programas de TV e cursinhos de todos os tipos, trazem em seu conte?do o produto mais vend?vel da atualidade. Descobriu-se um grande fil?o no sexo e dele se extrai grandes riquezas com temas como: "Dicas para isso ou aquilo que promete aumentar seu desempenho sexual, ou para fazer algu?m enlouquecer de amor por voc?" e por a? vai, como se houvesse uma receita padr?o para isto.

N?o obstante a tantas controv?rsias, podemos afirmar que uma sexualidade bem compreendida, cuja dire??o seja bem guiada, conduz a um sexo de alt?ssima qualidade e capaz de gerar, al?m de tantos outros benef?cios, sa?de para quem o pratica.

Por outro lado, o sexo praticado por quem n?o d? a m?nima para a sua sexualidade, que n?o a enxerga como caminho para um bem estar pleno, mapeado pelo autoconhecimento e objetivo de vida acima de tudo, pode gerar enormes conflitos e em virtude disso, uma constante sensa??o de vazio e infind?vel busca por parceiros que aceitem se responsabilizar por uma felicidade que deveria por princ?pio ser responsabilidade de quem a procura.

Explicando melhor, quero dizer que sexo virou uma obriga??o do comportamento humano tanto quanto o t?o almejado e incompreens?vel orgasmo do qual muito se ouve falar, e o qual pouco se sabe sentir na plenitude.

Ainda aqui, digo que sem um conhecimento profundo da nossa individualidade e da nossa sexualidade como um todo, jamais seremos capazes de viver um sexo refinado e permeado de sensa?es descritas por aqueles que dominam o assunto e que embasam seus atos em primeiro lugar na sua moral intima, na moral voltada para si mesmo e quase no mesmo plano, em uma moral que n?o condena, mas que esclarece, apura e faz com que o outro tamb?m enxergue seus benef?cios e deles queiram usufruir.

Em uma moral que rege em primeira inst?ncia os movimentos da alma humana e que permite que o sexo seja desfrutado da melhor maneira poss?vel. Onde nada ? pecado, onde tudo ? permitido, onde nada ? sequer julgado, porque n?o e vis?vel aos olhos de qualquer um.

Sexo ? realmente uma del?cia, talvez a maior de todas que Deus poderia inventar, mas como toda del?cia do mundo pode estar coroado de prazeres se usado na medida certa e com a melhor das inten?es ou fazer parte de um time de ingredientes indigestos que nos levar?o a um mal estar generalizado cujo poder de nenhum anti?cido ? capaz de dissolver.

Dicas verdadeiras para um sexo pleno e recheado de prazer, de entrega, de alegria e muita eleva??o espiritual (e isto deveria ser levado em conta tamb?m), podem estar contidas dentro de voc?.

Se conhe?a melhor, fa?a escolhas inteligentes para a sua vida, conhe?a o seu corpo, seus sentidos e suas sensa?es, proporcione-se prazer, comunique-se abertamente com seu parceiro sinalizando para ele o que gosta de sentir, como gosta de ser tocado e o que pode oferecer, busque dentro de voc? todo o potencial que pode utilizar quando estiver com algu?m.

N?o se deixe levar pelos padr?es de comportamento sexual estabelecidos por quem os usa comercialmente. Seja aut?ntico e, principalmente, ame muito o momento onde o seu sexo e a sua sexualidade estiverem envolvidos. Estabele?a princ?pios para uma vida onde nada ? proibido, porque tudo ? permitido a partir do momento em que decidir o que quer fazer com a sua vida.

Namast?.


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Jussara Hadadd ? terapeuta hol?stica,
especializada em sexualidade
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