A Lei da Verdade - Pincel Sobre Um Caso
A Lei da Verdade - Pincel Sobre Um Caso
Me lembrei do pavão.
Meu Deus, aquela cauda, aquelas penas reluzentes que de repente em um mínimo acidente, podem não existir mais. Que tristeza, o pavão destronado indo buscar alento no colo de sua pobre, sem cauda reluzente e boa galinácea. É sempre assim.
Eles chegam ou voltam depenados, e tão logo se aprumam se esquecem das mãos que repuseram suas plumas no lugar.
E a “simples e boa mulher”, crente no amor e esperançosa por uma vida plena em companheirismo, sincronismo, prazer, respeito e tudo o que deve cercar uma convivência conjugal bacana, ainda faz com que este homem se sinta único. A maioria das mulheres age assim e isso não é bom! Isso não é verdadeiro e não pode dar em boa coisa. É uma troca interesseira disfarçada de amor.
Ao identificar que seu investimento em tempo, elogios falaciosos, construções de sonhos pueris não darão os frutos desejados, ou seja, que ela se uniu a um homem comum e passível de erros que comprometem seus planos ou frustram seus desejos e caprichos, a mulher se dedica a cobrar a peso de ouro o que parecia ter acontecido por amor.
O homem que acreditou ter encontrado uma santa, capaz de suportar todos os seus defeitos em troca apenas do fato de ele ser homem – condição ridiculamente suficiente hoje em dia – ao se ver contestado, reage e traz a tona um caráter que justifica o ponto de partida da relação.
Cansados, desgastados e ávidos por verdades que eles nem sabem onde encontrar se digladiam dia a dia no afã agora de se livrarem um do outro. Clássico e patético.
Aquele rei que ela acreditou reconstruir, por covardia, pouca retidão ou gratidão a destitui do posto de rainha santa deusa, onde mentiras mantidas por necessidade, caridade ou vaidade não mais se sustentam.
E ocorre que na maioria das vezes, a mulher destrói sobremaneira a autoestima do homem, daquele pavão a quem ela ajudou arrumar a plumagem, mentindo e, em um golpe derradeiro, revela a ele uma grande verdade, aquela que ela nunca disse “por amor” a um conjunto, mas que em face de todo desamor que nela brotou por vingança, mágoa contida, dor rebatida diz a ele o que ele jamais poderia ouvir.
_ Você não é de nada!
É o fim da confusão, da relação, do que nunca foi amor.
- Os opostos se atraem
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