Para cantar, nada era longe
Para cantar, nada era longe
No trem novamente. Adoro. E, pra mim, este é o melhor meio de transporte para andar pela Europa. No trem, passando pela Provença em direção a Paris, onde não me canso de voltar e acredito que ninguém se cansa. Com ele é a segunda vez e, a proposta agora é pegar leve, andar com calma por Saint German exceto pelo passeio lindo que faremos a Versailles, onde já fui com meus filhos há uns quatro anos. Esse ano, meu marido e eu, vimos juntos o seriado sobre o Chateau e, ironicamente falando, farei o “sacrifício” de voltar com ele e passarmos juntos as cenas que mais gostamos. Taí uma boa ideia para casais que tem alguma afinidade. Assistirem juntos a filmes e séries e depois traçarem um roteiro de viagem ou passeio por onde mais se impressionaram.
Essa coisa de viajar para a Europa como apresento, sozinha ou acompanhada de meu parceiro, pode parecer algo pedante ou algo fácil de ser alcançado, porém há de se levar em conta, no meu caso, que houveram anos de planejamento, trabalho duro, metas cumpridas, vidas encaminhadas, todos os possíveis e imagináveis percalços e um sonho perseguido a unha, informação apenas a título de esclarecer a alguns pouco animados que possam tentar arranjar desculpas para dificultar o que proponho como caminho para que tenham um colorido em suas também sacrificadas vidas.
Cabe aqui, um comentário importante acerca da Europa que faço com tristeza, mas que não posso mesmo omitir: me desculpem os deslumbrados, mas acho que nem os “five stars” são incapazes de perceber que a Europa no seu eixo mais popular está difícil de frequentar. Está dando tristeza ver os refugiados embora devidamente e merecidamente acolhidos, os mutilados de guerra, os jovens muito mais do que drogados, as ruas sujas, os nativos sem direito a liberdade de viver por inteiro a sua terra, a invasão consumista dos povos mais abastados dessa era, a impaciência e pouca educação de muitos se achando mais no direito que você. O turismo banalizado, o turista desrespeitado, tratado como intruso, debochado dentro dos aviões pelos comissários de bordo, dentro dos estabelecimentos de comércio, conforme minha percepção. Volto reflexiva sobre os próximos roteiros.
Voltando a ideia central desse escrito, penso que enquanto estamos vivos, sempre há tempo para revermos nossos erros, enganos, más escolhas e para redirecionarmos nossas vidas para tempos melhores. Sempre há tempo para as boas intenções, sempre será possível amar novamente o seu parceiro da vida – claro que é preciso analisar as situações que levaram ao desgaste e a capacidade de perdão de cada um – e se isso acontecer, claro que viver junto e com alegria será melhor.
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Para casais maduros que apenas deixaram a relação ficar morna, reascender a vida em comum e se virem apaixonados novamente, depende apenas de uma pequena dose de boa vontade. Isso acontece muito mais do que todo mundo pensa. Tudo aquilo que vimos no outro no passado e que nos fez decidir um dia por uma união estável, pode estar guardado numa caixinha dentro do coração. Tente abri-la com carinho antes de optar por uma nova vida solo, antes de uma busca tortuosa por um novo par, antes de se iludir que este novo par não apresentará defeitos que você terá dificuldade em aceitar.
Se o seu parceiro da vida até aqui não te ofendeu com falta de retidão, humilhação e subjugação, se vocês apenas negligenciaram sua felicidade e alegria, se apenas cederam, se descuidaram de serem amantes e se não se protegeram do entorno desagradável, tentem traçar novos planos juntos. Tentem a partir daí, de onde estiverem, como estiverem. Se vocês confiam um no outro, se existe um afeto, tentem. Se façam bonitos, bem cuidados, interessantes, divertidos dentro de suas medidas e possibilidades e sigam até onde puderem ir. Ninguém é o mesmo após 5, 10 ou 20 anos. Ainda bem!