Trump ficou com mais de 300 documentos secretos após deixar cargo, diz NYT

Por Folhapress

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O governo dos Estados Unidos recuperou mais de 300 documentos sigilosos que estavam com o ex-presidente Donald Trump desde que ele deixou o cargo, em 2021. Um primeiro lote, com 150 itens, foi obtido em janeiro de 2022 pelo Arquivo Nacional. O alto volume de documentos levantou suspeitas do Departamento de Justiça e ajudou a incitar uma investigação criminal contra Trump.

As informações são do jornal The New York Times.

Em junho, assessores devolveram outros papéis ao governo e, finalmente, o material foi obtido pelo FBI após a busca e apreensão na mansão de Trump na Flórida.

Ainda não se sabe quais documentos estavam com o ex-presidente, mas o volume de itens sigilosos não reportados e a recusa em devolver os documentos, mesmo após pedidos do Departamento de Justiça, sugere que Trump e seus assessores manuseavam os papéis de forma descuidada.

Em janeiro, o Arquivo Nacional recebeu 15 caixas com documentos que estavam com Trump, incluindo papéis sobre a CIA, Agência de Segurança Nacional e FBI, que mencionavam assuntos de segurança dos Estados Unidos.

Segundo pessoas envolvidas no caso, Trump manuseou as caixas no final de 2021, antes de entregá-las. O aspecto sensível de alguns itens levou agentes do Arquivo Nacional a procurarem o Departamento de Justiça, que organizou uma investigação em poucos meses.

Em junho, assistentes de Trump entregaram mais documentos durante visita de agentes do Departamento de Justiça na residência do ex-presidente em Mar-a-Lago, na Flórida. As buscas terminaram em 8 de agosto com o saldo de 26 caixas, incluindo 11 conjuntos de itens marcados como secretos. Um deles tinha o mais alto nível de classificação, o de ultrassecreto.

A investigação ainda está em andamento e, segundo o NYT, isso sugere que alguns integrantes do governo acreditam que ainda há mais documentos escondidos com Trump.

Pela legislação dos Estados Unidos, todos os itens oficiais continuam sendo de propriedade do governo e precisam ser entregues ao fim do mandato.

Dois ex-integrantes da Casa Branca tentaram facilitar o retorno dos documentos, mas Trump descrevia aquelas caixas como se fossem dele, segundo três fontes afirmaram ao NYT.

Nesta segunda-feira (22), o ex-presidente Trump entrou com uma ação exigindo que uma parte independente examine os arquivos que o FBI apreendeu em sua mansão na Flórida. Trump diz ser alvo de uma investigação por motivos políticos.