Ministério Público do Peru acusa presidente de liderar organização criminosa
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente do Peru, Pedro Castillo, foi alvo nesta terça-feira (11) de mais uma acusação de corrupção por parte do Ministério Público do país. Trata-se de ao menos a sexta contra ele.
Desta vez, porém, a denúncia pode de fato influenciar a saída do líder peruano do poder. Isso porque a acusação formalizada nesta terça está entre aquelas que permitem a suspensão da imunidade do presidente -garantida por lei no país.
Os promotores acusam Castillo de fazer parte de um esquema de corrupção no governo e de ter ajudado aliados a evitar prisões por desvio de verba pública.
"Apresento queixa constitucional contra José Pedro Castillo Terrones, na qualidade de Presidente da República, como suposto autor de crimes contra a tranquilidade pública na forma de organização criminosa agravados por sua condição de líder", diz a procuradora do país, Patricia Benavides, em documento publicado no Twitter.
Mais cedo, o Ministério Público peruano havia ordenado a prisão de cinco aliados de Castillo. Paralelamente, em outra operação, promotores lideraram um mandado de busca e apreensão na casa da irmã do presidente e nos imóveis de seis parlamentares da base do governo.
Castillo condenou a operação na casa de sua irmã e chamou o ato de abusivo. Esta não é a primeira investigação contra a família do presidente; no início do ano, sua cunhada foi presa sob suspeita de corrupção.
As operações devem enfraquecer ainda mais a presidência de Castillo em um momento em que parlamentares discutem abertamente sobre o lançamento de um novo pedido de impeachment contra o esquerdista. O Congresso peruano é controlado pela oposição.
Castillo já sobreviveu a duas tentativas de afastamento desde que assumiu o cargo, em julho do ano passado, e é alvo de outras cinco investigações criminais, que incluem suposta obstrução da justiça e tráfico de influência.