Zelenski e opositora da Belarus são favoritos em apostas para Nobel da Paz
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS0 - Se dependesse de casas de apostas dos Estados Unidos e do Reino Unido, o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, a opositora belarussa Svetlana Tikhanovskaia e o povo ucraniano seriam os que mais teriam chances de levar o prêmio Nobel da Paz 2022.
Os três são os mais cotados de acordo com levantamento do site Nicer Odds, que reúne dados de casas de apostas. No caso de Zelenski, que lidera a lista, a chance seria de 3/1 -o que significa que quem apostar 1 libra lucrará 3, numa probabilidade de 25% de vitória.
Outros nomes ventilados, ainda que com menor possibilidade, são os do opositor russo Alexei Navalni, do Acnur (Alto Comissariado da ONU para Refugiados), do presidente da França, Emmanuel Macron, do Comitê para a Proteção de Jornalistas, do jornal ucraniano The Kyiv Independent e da ativista ambiental Greta Thunberg.
Há ainda, mas com baixo número de apostas, o papa Francisco, o cofundador da Microsoft Bill Gates, o movimento Black Lives Metter (vidas negras importam) e o Centro Palestino de Direitos Humanos.
A cerimônia de anúncio do prêmio Nobel será realizada nesta sexta-feira (7), em Oslo, capital norueguesa, às 11h do horário local (6h em Brasília). De acordo com o Comitê Norueguês do Nobel, 343 candidatos concorrem à láurea neste ano -destes, 92 são organizações.
Trata-se do segundo maior número de candidatos da história da premiação -o recorde atual foi em 2016, com 376 candidatos. Os nomes, no entanto, não são tornados públicos e só podem ser divulgados após 50 anos. Assim, ainda que as apostas para o escolhido ocorram anualmente, é difícil encontrar projeções certeiras.
"Ainda que certos nomes surgem nas especulações sobre o prêmio de um determinado ano, isso é pura suposição ou fruto de informação divulgada por pessoas por trás da indicação", diz o comitê.
Há requisitos para estabelecer quem pode fazer indicações para o prêmio. Entre outros, membros de governos e assembleias nacionais, membros da Corte Internacional de Justiça, em Haia, e pessoas que já receberam o Nobel têm permissão para sugerir nomes ao comitê.
Na edição de 2021, os nomes de Greta e da OMS (Organização Mundial da Saúde) -este último devido à pandemia de coronavírus- eram muito comentados. A láurea, porém, foi entregue aos jornalistas Maria Ressa, das Filipinas, e Dmitri Muratov, da Rússia, em uma mensagem contra a deterioração da liberdade de imprensa ao redor do mundo.
Em 2018, por sua vez, casas de apostas britânicas ventilavam os nomes do ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, e do então presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, como favoritos. O premiê, no entanto, foi para o médico congolês Denis Mukwege e a ativista yazidi Nadia Murad, por seus esforços contra o uso de violência sexual como arma de guerra.
Zelenski, antes de eclodir a Guerra da Ucrânia em fevereiro, era considerado um ator marginal no cenário geopolítico. Conhecido principalmente por um telefonema com o ex-presidente Donald Trump que levou o líder dos EUA a ser alvo de um processo de impeachment, ele era um outsider político que interpretou um presidente em uma série famosa no país.
Após a invasão russa, no entanto, passou a participar de importantes reuniões da Otan e da União Europeia (UE) como convidado --ainda que já tenha pleiteado o ingresso do país nos dois grupos-- e discursou em parlamentos ao redor do mundo, sempre de maneira virtual.
Já Svetlana Tikhanovskaia é um dos principais nomes de oposição ao ditador da Belarus, Aleksander Lukachenko. Ela chegou a concorrer à Presidência do país no lugar de seu marido, que havia sido preso. Perseguida, refugiou-se na Lituânia.