Ucranianos cobram de Lula apoio enfático a Zelensky contra 'guerra brutal'
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os representantes no Brasil do Congresso Mundial dos Ucranianos mandaram carta a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para cumprimentar o presidente pela posse e pedir apoio a Volodimir Zelenski para resistir à invasão russa.
O petista foi criticado no ano passado após dizer à revista americana Time que considera o presidente da Ucrânia tão responsável pela guerra quanto o russo Vladimir Putin.
No ofício, a entidade conclama o governo brasileiro "para que em 2023 aumente a ajuda à Ucrânia e forneça todo o possível apoio político e diplomático" a Kiev.
Também faz um apelo para que o Brasil ajude "a interromper essa guerra brutal" e se junte a iniciativas internacionais "destinadas a levar à Justiça o Estado agressor da Federação Russa por crimes cometidos contra o povo da Ucrânia".
O Brasil tem relação próxima com Putin, que já existia sob Jair Bolsonaro (PL) e foi mantida com Lula. Ao comentar a situação da ditadura na Venezuela, nesta segunda-feira (23), em viagem à Argentina, o petista se disse "contra a ocupação territorial como a Rússia fez na Ucrânia".
O material foi enviado à Presidência pelo Congresso Mundial dos Ucranianos, que diz defender os interesses de 20 milhões de ucranianos na diáspora em mais de 60 países, e pela Representação Central Ucraniano Brasileira, que afirma representar mais de 600 mil ucranianos brasileiros.
As organizações também se solidarizaram com Lula por causa dos atos golpistas no dia 8, dizendo-se "profundamente chocadas com o recente ataque hediondo e insidioso às instituições democraticamente eleitas do Brasil".
"Temos a convicção de que, com a vossa liderança, o Brasil seguirá o caminho do desenvolvimento bem-sucedido e fortalecerá seu papel como líder regional e um dos influentes atores globais", afirmaram, fazendo uma comparação entre o ato dos extremistas em Brasília e "a ideia promovida pelo regime criminoso" de Putin.
"O vosso apoio [de Lula] à Ucrânia e seu povo não apenas ajudará a interromper essa guerra brutal e restaurar a paz, mas também fortalecerá a autoridade do Brasil no mundo", escreveram Paul Grod e Vitório Sorotiuk, respectivamente presidentes do CMU e da RCUB.