Bia Kicis quer convocar chanceler de Lula sobre caso de brasileiras presas na Alemanha
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) apresentou um requerimento para que o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, esclareça quais medidas estão sendo adotadas pelo governo brasileiro no caso das duas brasileiras presas na Alemanha. Elas foram detidas por tráfico de drogas após as etiquetas de suas bagagens terem sido trocadas.
O documento foi enviado à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, presidida pela parlamentar. A votação do requerimento está pautada para esta quarta (12). A expectativa da parlamentar é que a convocação do chanceler seja aprovada pela maioria dos membros da comissão.
A empresária Kátyna Baía, 44, e a mulher, Jeanne Paolini, 40, foram presas no dia 5 de março ao chegar ao aeroporto de Frankfurt, na Alemanha, onde fariam uma escala antes do destino final, a capital Berlim.
A acusação era de que estariam levando 40 kg de cocaína na bagagem despachada ?mas as malas não eram delas, segundo a PF (Polícia Federal).
No requerimento, Bia Kicis aponta que a inocência das brasileiras já foi comprovada pelo órgão, que encaminhou os documentos ao governo alemão. "Todavia, a Justiça alemã solicita que as provas sejam encaminhadas oficialmente pelo governo brasileiro, e não diretamente pela Polícia Federal. Por tal motivo, as turistas brasileiras continuam presas até a presente data, injustamente", diz.
A parlamentar segue: "Diante da resposta oficial dada pela Justiça alemã, faz-se necessária a convocação do ministro das Relações Exteriores para prestar esclarecimentos".
O caso disparou uma investigação que culminou, na última semana, na prisão de seis suspeitos na Operação Iraúna. A PF aponta que o método de ação dos narcotraficantes consiste em retirar aleatoriamente etiquetas de bagagens despachadas e colocá-las em malas contendo drogas.
O inquérito apontou a inocência de Kátyna e Jeanne, incluindo imagens que comprovariam que as bagagens despachadas por elas no aeroporto de Goiânia tiveram as etiquetas trocadas no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), onde fizeram escala.
Os resultados da investigação brasileira foram encaminhados para a Justiça alemã na última quinta-feira (6), como informado nas redes sociais pelo secretário Nacional de Justiça, Augusto de Arruda Botelho. No dia anterior, uma audiência de custódia manteve a prisão das brasileiras, que estão detidas há mais de um mês.
Como mostrou a Folha de S.Paulo, as brasileiras relatam demora da Justiça alemã e falta de acesso a remédios. Procurado pela reportagem, o Itamaraty afirma que "está em contato com as autoridades locais pertinentes e presta assistência consular às nacionais brasileiras".
O ministério também diz, em nota, que informações detalhadas poderão ser repassadas somente mediante autorização dos envolvidos.