Silvio Berlusconi deixa UTI em Milão, mas continua internado
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi deixou a unidade de terapia intensiva neste domingo (16), onde estava internado desde 5 de abril, mas continua hospitalizado, informou o jornal Corriere della Sera.
O magnata dos meio de comunicação está internado no hospital San Raffaele, em Milão, com uma infecção pulmonar decorrente de uma leucemia crônica, disseram seus médicos. Eles não especificaram quando o câncer foi detectado pela primeira vez, afirmando apenas que não era agudo.
Nos boletins, os médicos disseram que sua condição melhorou desde a hospitalização anterior.
Atual líder do partido conservador Força Itália, o senador de 86 anos foi hospitalizado diversas vezes desde que contraiu Covid, em 2020. Antes disso, já havia passado por alguns problemas de saúde, tendo feito uma cirurgia cardíaca em 2016 e tratado um câncer de próstata.
Eleito para o Senado em setembro passado, Berlusconi é um velho amigo de Vladimir Putin e tem causado controvérsia por suas críticas ao presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski --o governo da primeira-ministra italiana Giorgia Meloni apoia o país invadido, e ela inclusive visitou Kiev no início deste ano.
O Força Itália integra a coalizão de direita de Meloni, mas não tem um papel ativo na administração.
Em fevereiro, um tribunal italiano inocentou o ex-premiê de acusações de ter subornado testemunhas no caso de prostituição infantil que o persegue há mais de uma década. Ele era suspeito de ter pago pelo silêncio de 24 pessoas --mulheres jovens convidadas para suas festas "bunga-bunga" em sua maior parte-- para mentirem em um julgamento de 2015. À época, o ex-primeiro-ministro foi absolvido, por falta de provas, da acusação de ter feito sexo com uma menor de idade em uma das festas.
Além dos problemas de saúde e intrigas com a Justiça, Berlusconi ainda acumula uma série de escândalos. A despeito da longa e controversa ficha, ele costuma usar seu capital político acumulado ao longo de décadas para se apresentar como um grande negociador dentro de sua coalizão.