Ataques russos matam 1 pessoa e ferem ao menos 34 na Ucrânia
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Rússia voltou a bombardear cidades da Ucrânia, enquanto a última se prepara para uma aguardada contraofensiva militar. Nesta segunda-feira (1º), os ataques de Moscou deixaram um morto e três feridos na região ucraniana de Kherson, no sul do país, e 34 feridos em Dnipropetrovsk, no leste.
"O exército russo atacou bairros residenciais de áreas povoadas e o prédio de uma instituição estatal no centro de Kherson", informou pelo Telegram Oleksander Prokudin, chefe da administração militar ucraniana. "Depois desta agressão russa, uma pessoa morreu e outras três, inclusive uma criança, ficaram feridas", acrescentou, destacando que a cidade havia sido bombardeada oito vezes nas últimas 24 horas.
Na região de Dnipropetrovsk, um ataque russo deixou ao menos 34 feridos, sendo cinco crianças, disse Serhii Lisak, encarregado da administração regional. Segundo ele, os bombardeios na cidade de Pavlohrad destruíram 19 prédios, 25 casas, três escolas, três creches e várias lojas. A cidade está próxima das principais linhas de frente da guerra.
Uma enorme cratera foi aberta no quintal de uma casa que estava cheia de destroços nos arredores de Pavlohrad. "Corri para fora e vi que a garagem estava destruída. Tudo estava pegando fogo, cacos de vidro estavam por toda parte. Se estivéssemos do lado de fora, teríamos morrido", disse a morada Olha Litvinenko, 61.
Casas próximas também foram danificadas. Viktoriia Suprun, 41, disse que se escondeu com a filha no corredor da residência. "Corremos para o corredor, deitamos no chão. E então a onda de explosão torceu a porta. Se tivéssemos ficado por mais cinco segundos, estaríamos presos aqui", disse ela. "Não dormimos de noite e de manhã. Meu filho vai precisar de ajuda psicológica, é horrível."
Os russos, por sua vez, alegam que seus objetivos foram alcançados. O Ministério da Defesa do país disse que suas forças atacaram usando mísseis aéreos e marítimos de longo alcance e de alta precisão contra "instalações militares e industriais da Ucrânia". "O trabalho das empresas que fabricam munições, armas e equipamentos militares para as tropas ucranianas foi interrompido", informou.
De acordo com o comandante do exército da Ucrânia, Valeri Zalujni, os russos dispararam 18 mísseis de cruzeiro contra cidades ucranianas, mas 15 foram interceptados por Kiev.
Durante o inverno europeu, a Ucrânia reforçou suas defesas antiaéreas, inclusive com sistemas Patriot dos Estados Unidos. A maioria dos combates nas últimas semanas se concentraram na região de Donbass, no leste do país, em particular na cidade de Bakhmut ?os russos ocupam cerca de 80% do município.
Kiev está se preparando para lançar um contra-ataque usando centenas de veículos blindados e tanques doados por aliados. Paralelamente, milhares de soldados voltaram recentemente de uma série de treinamentos no Ocidente.
No sábado (29), um aparente drone ucraniano atingiu um depósito de combustível em Sebastopol, base da marinha russa na Crimeia, que Moscou tomou em 2014. Kiev não reivindicou diretamente a responsabilidade, mas insinuou, dizendo que o incêndio fazia parte de seus preparativos para a contraofensiva.