Suposto espião russo não será extraditado agora, diz Dino
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O ministro da Justiça Flavio Dino afirmou que não está prevista para o momento a extradição do suposto espião russo Sergey Cherkasov, preso no Brasil há mais de um ano.
Dino explicou que o russo ficará no Brasil com base em tratados e na Lei da Migração. Em uma postagem nas redes, o ministro disse que foram dois pedidos de extradição referentes a Cherkasov.
STF QUER CONCLUSÃO DAS INVESTIGAÇÕES
Cherkasov nega ser um espião da Rússia e usava documentos falsos com o nome de Victor Muller Ferreira. Após ser descoberto por autoridades holandesas, ele foi deportado ao Brasil, mas a Rússia pede que ele retorne porque ele seria acusado de tráfico de drogas.
O russo está em prisão preventiva sob a acusação de uso de documento falso desde abril de 2022. Ele também é investigado por atos de espionagem, lavagem de dinheiro e corrupção.
O STF decidiu, no fim de março, que Cherkasov só poderá voltar à Rússia após o fim das investigações criminais contra ele. A presidente do STJ rejeitou o argumento da defesa de que o tempo de prisão ?15 meses? seria excessivo, já que, segundo ela, não há prazos atrasados no processo.
EUA TAMBÉM PEDIRAM EXTRADIÇÃO
O governo dos Estados Unidos pediu em abril a extradição do russo. Segundo noticiou a BBC News Brasil na ocasião, a informação foi confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores, mas Cherkasov segue preso no Brasil.
Os EUA o acusam de fazer parte de um grupo considerado a elite da espionagem russa. Os norte-americanos afirmam que Cherkasov usava a identidade brasileira para se infiltrar em instituições e obter informações estratégicas do governo norte-americano.