Tempestades nos EUA matam ao menos 2 e deixam 1,1 milhão sem energia
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Fortes tempestades deixaram ao menos dois mortos e mais de 1,1 milhão de propriedades sem eletricidade nos Estados Unidos nesta segunda-feira (7), informou a agência de notícias Associated Press. De Nova York, na costa leste, até o Tennessee, no sul, ao menos dez estados emitiram alertas de tornado e pedidos de cautela à população.
Os dois óbitos ocorreram nos estados da Carolina do Sul e do Alabama, ambos no sudeste. No primeiro, um adolescente de 15 anos se dirigia à casa dos avós após estacionar o carro quando uma árvore caiu sobre ele. Já no segundo, um homem de 28 anos foi atingido por um raio.
Ambos os estados ficaram temporariamente sem energia, assim como Geórgia, Carolina do Norte, Maryland, Delaware, Nova Jersey, Pensilvânia, Tennessee, Virgínia Ocidental e Virgínia.
Emissoras locais mostraram que quedas de árvores e de postes danificaram casas e interromperam o trânsito em estradas em vários pontos do país. Em Hockessin, em Delaware, ao menos um domicílio teve o seu telhado arrancado pelo vento, e em Westminster, em Maryland, uma fila inteira de postes foi derrubada.
Funcionários da administração federal foram liberados do trabalho mais cedo para impedir que estivessem na rua quando viesse o pior da tempestade. Alguns pontos do país registraram chuvas de granizo.
As tempestades ainda tiveram um forte impacto sobre o sistema aeroviário. Dados do site de rastreamento FlightAware indicavam que mais de 2.600 voos locais haviam sido cancelados e quase 7.900 adiados até a noite da segunda-feira. A agência federal de aviação dos EUA afirmou que estava reformulando as rotas dos aviões para eles evitassem as tempestades que se dirigem à costa leste.
A situação afetou até mesmo o presidente, Joe Biden, que teve que adiar em 90 minutos sua partida para uma viagem de quatro dias aos estados do Arizona, Novo México e Utah. A Casa Branca ainda cancelou um evento de cibersegurança nas escolas do qual a primeira-dama, Jill Biden, que é professora universitária, participaria ao lado dos secretários da Educação e da Segurança Doméstica, Miguel Cardona e Alejandro Mayorkas, respectivamente. Eles se reuniriam com educadores, gestores de colégios e empresas de educação vinculadas à área de tecnologia de todo o país.
As tempestades ocorrem em um momento em que os EUA vivenciam fenômenos climáticos extremos em série. No início de julho, precipitações no nordeste do país destruíram estradas, impediram moradores de saírem de suas casas e provocaram interrupções em serviços básicos. Uma chuva particularmente forte na Pensilvânia em meados do mês matou pelo menos cinco pessoas.
Ao mesmo tempo, o país, assim como outras nações do Hemisfério Norte, vem registrando temperaturas altíssimas. Cientistas apontam que a primeira semana de julho foi a mais quente desde 1979, com a temperatura média global batendo recordes consecutivos.
Dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência da ONU para questões do clima, indicam que secas, enchentes, deslizamentos de terra, tempestades e incêndios mais do que triplicaram ao longo dos últimos 50 anos em consequência do aquecimento global.
Outro órgão ligado à ONU, o IPCC (Painel Intergovernamental para a Mudança de Clima), já afirmou em relatório que hoje é inequívoco que parte dessas mudanças foi causada pela ação humana.