Lula critica decisões na ONU e diz que países estão 'brincando com planeta'

Por Folhapress

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O presidente Lula (PT) criticou as decisões tomadas pelo Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) para combater os conflitos mundiais, e acusou os países ricos de "brincarem com o planeta".

Lula disse que as guerras travadas na atualidade, como Ucrânia e Rússia, Israel e Hamas, são resultados da ingerência da ONU, sobretudo por não ceder espaço para outros países na tomada de decisões no Conselho de Segurança ?atualmente, apenas Estados Unidos, Rússia, França, Reino Unido e China.

"Os conflitos que estamos vendo na Rússia, Ucrânia, Israel e Faixa de Gaza é a irracionalidade do ser humano. Tudo isso acontece porque a ONU não cumpre o papel histórico para o qual foi criada. O Conselho de Segurança com cinco países que deveriam zelar para manter a paz no mundo, mas são esses países os que mais produzem e vendem armas e fazem guerra sem passar pelo Conselho de Segurança, e quando alguma decisão importante passa, que não interessa, eles têm direito de veto", disse Lula.

O presidente brasileiro também criticou o não cumprimento de acordo climáticos. O petista citou o Protocolo de Kyoto e os acordos de Paris, e afirmou que, caso os acordos firmados em Dubai na COP28 não sejam concretizados, é a prova de que as grandes potências estão "brincando" com a Terra.

"Decisões devem se colocadas em prática para não acontecer o mesmo que houve com o Protocolo de Kyoto, os acordos de Paris, que até nesta segunda-feira (04) não foram assumidos. Espero que as decisões de Dubai sejam assumidas, porque senão estamos brincando de enganar o planeta Terra, e o planeta está nos dizendo 'não brinquem comigo, já suportei muitas adversidades, explosões, não posso mais suportar o desaforo e desinteligência do ser humano em não tratar bem o habitat natural em que a gente mora", afirma o presidente.

O petista também afirmou que seu governo "leva" muito a sério as pautas ambientais e ressaltou que em 2030 quer "entregar ao mundo desmatamento zero na Amazônia para que as pessoas vejam que é possível cuidar do planeta".