Bastão da Presidência de Milei tem o desenho de seus cinco cães clonados

Nem Cristina Kirchner se conteve e o que impressionou foi o desenho no topo prateado do chamado "bastón de mando".

Por Folhapress

Bastão cachorros Milei Argentina

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Nem Cristina Kirchner se conteve. Ao observar o bastão presidencial de Javier Milei, mostrou surpresa e gargalhou, num gesto simpático entre adversários na posse deste domingo (10).

O que impressionou Cristina foi o desenho no topo prateado do chamado "bastón de mando" - a tradicional haste de madeira recebida pela autoridade máxima do Executivo argentino desde 1968. O bastão de Milei está talhado com a cara de Murray, Milon, Robert, Lucas e Conan, seus cinco cães da raça mastim inglês, aos quais o atual presidente confia grande amizade.

Os cachorros de Milei são parte importante e já bastante explorada de sua personalidade solitária. O biógrafo portenho Juan Luis González, em "El Loco" (o louco), conta que após a morte de seu antigo cão Conan, Milei teria gastado US$ 50 mil para clonar o animal nos Estados Unidos. Recebeu os filhotes, rebatizou um com o mesmo nome e nomeou o restante em homenagem a seus economistas preferidos: Murray (Rothbard), Milton (Friedman), Robert e Lucas (Robert Lucas).

Adepto de misticismos, Milei acredita que Conan virou amigo de Deus após a morte e que o mesmo teria sugerido que ele virasse presidente da Argentina, de acordo com o livro (o qual Milei não comenta). Os pets clonados que vivem com o político também teriam influência sobre suas decisões. O Conan substituto seria o responsável pela estratégia de campanha, Robert preveria o futuro, Milton faria análises políticas, e Murray, econômicas.

Os cinco cães estão agora detalhados num dos símbolos de poder da Argentina.

O acessório presidencial é confeccionado pela família Pallarols há no mínimo sete décadas. Desde 1983, ficam a cargo do ourives Juan Carlos Pallarols. Mas segundo relatou o diário La Nacion, Milei optou por outra versão do bastão para a cerimônia, desenhado por outro artesão.

O ex-presidente Mauricio Macri também rompeu a tradição ao escolher uma bengala feita pelo ourives Damian Tessore para a posse.

Em uma entrevista recente ao La Nacion, Pallarols, 81, levou o bastão ao estúdio de TV e ressaltou sua tradição, que remonta a antigos pastores que guiavam as ovelhas. "O bastão não é meu nem do presidente, o bastão é do povo", disse. O objeto irá para a Casa Rosada.

A haste produzida por Pallarols é de prata 925 e madeira de urunday, conhecida pela tenacidade. Sua empunhadura de prata tem 24 cardos, uma para cada província, além do brasão da nação acompanhado das cores branco e azul celeste da bandeira argentina.

Quase cinco milhões de argentinos participaram da confecção, segundo o artesão, incluindo todos os candidatos à Presidência, que ajudam a moldar a empunhadura com golpes manuais.

Cada bastão presidencial é confeccionado conforme a altura do novo chefe da Casa Rosada. No caso de Milei (1,78m), tinha 92 centímetros. Seguindo essa lógica, se Sergio Massa tivesse vencido, o seu poderia ser maior, já que mede dois centímetros a mais.