Lula diz que continuará trabalhando por cessar-fogo permanente em Gaza

Por MARIANNA HOLANDA

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quarta-feira (13) que o Brasil está de luto pela guerra no Oriente Médio e continuará trabalhando por um cessar-fogo permanente entre Israel e o grupo terrorista Hamas.

As declarações foram dadas durante reunião conjunta de sherpas (representantes diplomáticos), vice-ministros das Finanças e vice-presidentes de Bancos Centrais do G20, no Itamaraty, em Brasília.

Lula disse ainda que o próximo ano será de grandes desafios e que a crise pode se multiplicar se não houver uma ação coletiva.

"O Brasil segue de luto com o trágico conflito entre Israel e Palestina. A violação cotidiana do direito humanitário é chocante e resulta em milhares de civis inocentes, sobretudo mulheres e crianças", afirmou.

"O Brasil continuará trabalhando por um cessar-fogo permanente que permita a entrada da ajuda humanitária em Gaza e pela libertação imediata de todos os reféns pelo Hamas."

Lula recebeu, no Palácio do Planalto, na segunda-feira (11), a irmã e a filha de Michel Nisenbaum, 59, brasileiro-israelense que estaria entre os reféns do grupo terrorista em Gaza.

A família de Nisenbaum, que vive em Israel há mais de 45 anos, esteve no Brasil, junto a uma comitiva de parentes de outros reféns, para dialogar com autoridades em busca de apoio.

O presidente tem feito seguidas falas pela paz na região, mas destacando desproporcionalidade na reação de Israel em Gaza. Ele já chegou a dizer que Tel Aviv também comete atos de terrorismo.

Ainda no discurso da reunião do G20, ele afirmou ser fundamental que a comunidade internacional trabalhe para a solução de dois estados, Israel e Palestina. "Sem ação coletiva, essas múltiplas crises podem multiplicar-se e aprofundar-se", prosseguiu.

Lula disse também que o próximo ano será de grandes desafios. "Não nos convém um mundo marcado pelo recrudescimento dos conflitos, pela crescente fragmentação, pela formação de blocos protecionistas e pela destruição ambiental. Suas consequências seriam imprevisíveis para a estabilidade geopolítica."