Quatro agentes são sequestrados em unidades da Polícia Nacional no Equador

Por Folhapress

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Quatro agentes da Polícia Nacional do Equador foram sequestrados na noite desta segunda-feira (8) enquanto trabalhavam em duas unidades policiais nas cidades de Machala e de Quito.

O primeiro sequestro ocorreu na unidade policial Wilson Franco, em Machala, no sudoeste do Equador, capital da província de El Oro, informou a Polícia Nacional do país, em um post no X, antigo Twitter.

Três policiais estavam de plantão no local. Segundo informações preliminares, cerca de oito suspeitos com os rostos cobertos por gorros do tipo balaclava e fortemente armados entraram na Unidade de Polícia Comunitária (UPC) do circuito Wilson Franco e subjugaram os agentes.

Uma testemunha mencionou que os criminosos espancaram os policiais, arrastaram-nos para um cais em Puerto Bolívar e colocaram-nos num barco, deixando em seguida o local, segundo apurou o jornal El Universo.

Na capital, Quito, na UPC Llano 1, outro policial foi sequestrado por três indivíduos que dirigiam um veículo com os vidros filmados.

A polícia agora trabalha para descobrir o paradeiro dos servidores da entidade. "Nenhum destes acontecimentos ficará impune", diz o comunicado da Polícia Nacional no X.

FUGA DE "FITO"

Os sequestros aconteceram depois que o governo do Equador declarou um estado de exceção devido à fuga de José Adolfo Macías Villamar, o "Fito", líder da gangue Los Choneros, uma das maiores do país. As informações são do Diario de La Hora.

Desde a manhã desta segunda-feira (8), várias prisões do país vêm enfrentando rebeliões e violência, incluindo o centro de reabilitação social de Machala.

Em um vídeo publicado nas redes sociais, um agente da Polícia Nacional em Quito pede socorro ao presidente do país, Daniel Noboa, com armas apontadas para a sua cabeça, antes de ser sumariamente executado. "Por favor, pare com isso. Sou oficial, trabalho no distrito de Calderón, em Quito. Me ajuda! Tenho família, por favor, pare com isso", afirma o policial, antes de ser morto. A polícia não confirmou a veracidade do vídeo.

Fito, 44, escapou da prisão no domingo (7) e as autoridades convocaram mais de 3.000 homens da Polícia Nacional e do Exército para tentar encontrá-lo. Porém, até o momento o paradeiro dele continua desconhecido.

O estado de exceção permite que as Forças Armadas apoiem a polícia nas ruas, devido à grave comoção interna no país. Esse decreto está em vigor por 60 dias e durante esse período, alguns direitos estão restritos no Equador.

Entre as restrições, está a proibição de se locomover livremente, por haver um toque de recolher em vigor, das 23h às 5h. As pessoas não têm o direito de se reunir. Além disso, a privacidade das residências e correspondências está limitada, o que significa que as autoridades podem entrar nas casas das pessoas sem a necessidade de uma ordem judicial.