Bebê brasileiro nascido em Gaza tem autorização para viajar ao país com a mãe e os irmãos

Por MÔNICA BERGAMO

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Quatro brasileiros foram incluídos nesta quarta (7) em mais uma lista que autoriza a saída de estrangeiros de Gaza.

Eles são parte de uma mesma família: uma mãe e seus três filhos, incluindo um bebê de pouco mais de um mês, que nasceu no dia 24 de dezembro do ano passado. As outras crianças têm dois e quatro anos.

Os quatro têm nacionalidade brasileira e palestina e já faziam parte de listas anteriores, mas como a mulher estava grávida não podia viajar. Os nomes não foram divulgados.

Eles deverão deixar Gaza na quinta (8) com destino ao Cairo. Na sequência, serão trazidos ao Brasil em um voo comercial.

Segundo informações da diplomacia brasileira, a casa da família foi destruída em um bombardeio, e eles ficaram abrigados em uma escola usada pela Organização das Nações Unidas (ONU).

A mulher deu à luz em um hospital em condições precárias em Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza. Ao ter alta, ela retornou à escola.

A mãe e os filhos foram posteriormente alojados em Rafah, cidade que faz fronteira com o Egito, em uma casa alugada pelo Escritório de Representação do Brasil em Ramallah, na Cisjordânia. No local, eles vêm recebendo apoio do governo brasileiro, o que abrange recursos para remédios, água e alimentos.

O deslocamento até Rafah, porém, foi bem complicado, porque não era possível mandar um carro até ela. A mulher com o bebê e as crianças teve que fazer parte do trajeto a pé e parte em uma carroça puxada por um jumento. Depois, ela conseguiu um táxi até a cidade.

A guerra começou no dia 7 de outubro após ataque do grupo terrorista Hamas a Israel.

O atentado deixou cerca de 1.200 mortos. A reação israelense, por sua vez, matou cerca de 27,5 mil palestinos ?segundo Tel Aviv, mais de 10 mil eram membros do Hamas, mas o grupo não divulga suas baixas.

A diplomacia brasileira se mobilizou para retirar os brasileiros da região. O primeiro grupo conseguiu sair da Faixa de Gaza no início de novembro.