Presidente convoca Japão a investir no Brasil e critica protecionismo
Em reunião com empresários brasileiros e japoneses, em Tóquio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou, nesta quarta-feira (26), o Japão para investir mais no Brasil argumentando que o país é um “porto seguro” em um mundo marcado por turbulências com o crescimento do negacionismo climático e do protecionismo comercial.
“É fundamental que parceiros históricos se unam para enfrentar as incertezas e instabilidades da economia global. Estou seguro de que precisamos avançar com a assinatura de um acordo de parceria econômica entre Japão e Mercosul. Nossos países têm mais a ganhar pela integração do que pelo recurso de práticas protecionistas”, afirmou o presidente no Fórum Empresarial Brasil-Japão.
A viagem de Lula ao Japão, a primeira de um chefe de Estado ao país asiático desde 2019, ocorre em meio à elevação unilateral de tarifas de importação pelos Estados Unidos (EUA) com Donald Trump, medida considerada protecionista.
Em seu discurso para o empresariado japonês, Lula argumentou que o Brasil vive um momento de estabilidade política, econômica e social.
“O Brasil é um porto seguro, como foi para os japoneses em 1908, nós queremos ser em 2025 atraindo parcerias, joint ventures e investimentos japoneses no nosso país”, destacou. Em 1908, ocorreu uma forte onda migratória de japoneses ao Brasil.
O presidente brasileiro lamentou a redução do comércio entre Brasil e Japão de US$ 17 bilhões, em 2011, para U$S 11 bilhões, em 2024. “Algo não andou bem na nossa relação e é preciso aprimorá-la”, comentou.
Para Lula, a viagem ao Japão pode consolidar uma nova estratégia de relacionamento entre as duas nações. “Nós queremos vender e queremos comprar, mas, sobretudo, nós queremos compartilhar alianças entre as empresas japonesas e as empresas brasileiras para que a gente possa crescer juntos”, completou.
Durante a viagem do presidente ao Japão, foi anunciado acordo da empresa brasileira Embraer com a ANA, maior companhia aérea japonesa, para compra de 20 jatos E-190 da Embraer. “Quem compra 20 pode comprar um pouco mais e quem sabe todas as empresas japonesas podem voar de avião da Embraer”, disse Lula.