Sem sa?da: é hora de encarar o desafio dos transg?nicos
:::14/01/2004
Esse alerta ? do ex-presidente da Embrapa, Alberto Portugal, e deve ser
levado a s?rio, pois prev? um quadro em que o Brasil pode perder o trem da
hist?ria. Segundo ele, a mat?ria ? o boom do momento porque pode mudar as
vantagens competitivas de mercado, j? que quem domina estas tecnologias ?
capaz de criar o produto desejado pelos consumidores na metade do tempo do
que seria poss?vel pela maneira convencional. O que levaria, em m?dia 12
anos, sairia em seis, al?m de poder criar novas alternativas e reduzir
custos para a produ??o. Em princ?pio, ? o ideal, mas a pol?mica vem rondando
o tema, principalmente quando entra em cena o instrumento transgenia.
Cercado de misticismo, inseguran?a e receio, os alimentos geneticamente
modificados est?o dividindo opini?es. Na verdade, muito se fala e pouco se
comprova. Para Portugal a discuss?o tornou-se mais pol?tica e econ?mica, e mesmo
ideol?gica, prejudicando a discuss?o t?cnico-cient?fica, que deve anteceder
as demais, avaliando se um produto transg?nico tem risco para a sa?de humana
e para o meio ambiente. "Tornou-se uma guerra comercial. De um lado, est?o
os cientistas, produtores e empresas que acreditam que os avan?os nesta ?rea
criar?o novas oportunidades de desenvolvimento, e que h? conhecimento
suficiente para a avaliar os riscos. De outro, h? v?rios grupos que ter?o
seus interesses prejudicados, como por exemplo, os produtores de defensivos
agr?colas. Estes sabem que com os organismos geneticamente modificados ser?
poss?vel desenvolver plantas e animais mais resistentes a pragas e doen?as e
sistemas de controle de plantas daninhas mais eficientes, reduzindo assim, o
uso e a venda de defensivos agr?colas. O ex-presidente ressalta que a tentativa de postergar a legaliza??o dos
transg?nicos interessa aos grupos potencialmente prejudicados, como os
produtores de agroqu?micos e f?rmacos, que querem se ressarcir dos gastos
com o desenvolvimento de seus produtos. "E para isso, eles apoiam diversos
movimentos de ONG's, usam estruturas de comunica??o, tumultuando a discuss?o
e o desenvolvimento do processo.
Quando a pergunta ? se realmente faz mal ? sa?de o uso de alimentos
transg?nicos por um longo tempo, Portugal ? enf?tico e garante que estudos
est?o sendo realizados e j? existe um ?rg?o para avaliar os produtos e
monitorar seus efeitos, a CTNBio - Comiss?o T?cnica Nacional de
Biosseguran?a -, criada em 1996, per?odo em que ele estava ? frente da
presid?ncia da Embrapa. "Um f?rum, com mais de 80% dos componentes sendo
cientistas, foi criado para controlar o desenvolvimento dos produtos e
avaliar sua viabilidade. Em casos espec?ficos, a lei prev? que minist?rios
sejam ouvidos, garantindo assim a seguran?a da popula??o. Risco zero n?o
existe em nada. Ningu?m sabe o que causa, por exemplo, o uso cont?nuo do
celular, e ningu?m deixa de utiliz?-lo", exemplifica. Leia mais
Desir?e Couri e Andr?ia Nascimento
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