Economia

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Impacto do 13? na economia
As pessoas est?o usando o 13? para quitar d?vidas,
fazer planos de previd?ncia e tirar o nome do SPC

S?lvia Zoche
15/12/04


A economista, M?rcia Medeiros, diz que apesar das compras de fim de ano, o gasto tem sido racional

J? estamos em dezembro, perto da data da 2? parcela do 13? sal?rio (muitas empresas preferem parcelar o pagamento em duas vezes que pagar integralmente, em dezembro).

Como sempre, o reflexo desse sal?rio extra na economia ? sentido todos os anos. O consumo aumenta consideravelmente com as compras de natal, ano novo e f?rias. ? uma ?poca bem movimentada para o com?rcio.

Mas, em 2004, o perfil dos gastos mudou. Segundo a economista M?rcia Medeiros, as pessoas est?o mais racionais e usando o dinheiro do d?cimo terceiro para quitar d?vidas, garantir o futuro atrav?s de um plano de previd?ncia e tamb?m retirar o nome do SPC.

Prova concreta dessa mudan?a de conduta do consumidor s?o os dados divulgados recentemente pela C?mara dos Dirigentes Lojistas. O esperado ? que n?mero de inadimplentes cres?a em dezembro, j? que as pessoas, quase sempre, utilizam o 13? para as compras de Natal. No entanto, este ano a CDL registrou um ?ndice menos da metade dos 30% de aumento esperado. At? agora o n?mero de inadimplentes chegou a 13,28%. Um dos motivos, segundo a assessoria do CDL, se deve ? campanha "Fa?a as pazes com seu cr?dito".

De acordo com M?rcia, as mudan?as na op??o de investir ao inv?s de gastar o dinheiro podem sinalizar dois fatores: um positivo e outro negativo. O lado bom da quest?o ? que com a estabilidade da economia nacional e os dez anos do Real, os brasileiros est?o mais confiantes e v?em mais vantagens em reduzir seu endividamento no mercado.

J? o lado negativo, seriam as pessoas desconfiadas e temerosas com uma poss?vel crise, que poderia acarretar alta nos juros, aumento do desemprego e impossibilidade de pagar as d?vidas.

Para a economista, na verdade, ? o lado positivo que sobressai. "Acredito que as pessoas est?o esperan?osas e, realmente, mais confiantes. Em vez de pensarem somente em bens de consumo, as pessoas est?o mais prudentes e planejando a vida a longo prazo. ? claro que as compras de natal e ano novo acontecem, s? que as pessoas est?o aprendendo a usar o dinheiro", deduz.

Impacto na economia
Para a economia de Juiz de Fora, o uso racional do d?cimo terceiro significa um 2005 mais saud?vel. "? medida que as pessoas pagam o que devem, as empresas tamb?m reduzem o seu grau de endividamento e, a partir da?, contratar mais funcion?rios e crescer a longo prazo ? somente um passo", avalia M?rcia.

Al?m disso, uma cidade em que seus moradores quitam d?vidas e est?o preocupados em sair da inadimpl?ncia atraem novos neg?cios para a cidade. "Mas ? preciso que todos esses fatores estejam constantes, em equil?brio. Se, por exemplo, acontecer um atentado nos EUA, o Brasil ser? afetado diretamente e haver? um desequil?brio econ?mico. Todos n?s torcemos para que nada disso aconte?a", diz.

Planos e quita?es
De acordo com a gerente de um banco, Yolanda Biscotto, o aumento dos planos ? comum em dezembro, porque os profissionais liberais - os que possuem um poder aquisitivo maior - declaram o imposto de renda pelo modo completo e declaram o plano de previd?ncia privada no Imposto de Renda. "Um cliente, por exemplo, faz o plano de previd?ncia jovem para seus dois filhos, que s? podem resgatar o dinheiro com 25 anos. Ele paga, mensalmente, R$ 100 para cada filho. Quando declara o IR, ele pode deduzir os R$ 200 do plano dos filhos e pagar menos imposto", explica Yolanda.

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