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Em busca da saúde financeira em 2008!
Em busca da saúde financeira em 2008!
A pergunta que encerrou o parágrafo imediatamente anterior é feita por muitas pessoas, mas poucas realmente conseguem identificar as mudanças necessárias e colocá-las em prática a fim de fazer o dinheiro render mais ao longo do mês. Como já ressaltei em artigos anteriores, o primeiro passo é ter a consciência do padrão de vida que pode levar. Se os preços dos bens e serviços que costumamos consumir caem é sinal de que nosso poder aquisitivo aumenta. Entretanto, se acontece o contrário, é sinal de que estamos empobrecendo e com isso precisamos rever nossos gastos.
É mais fácil mudar de padrão de vida quando a renda aumenta. Contudo, as dificuldades aumentam quando a renda cai e muitas pessoas não percebem isso e continuam a querer manter o padrão de consumo e com isso, sua saúde financeira literalmente "adoece". Mas o que é saúde financeira? Esta é obtida quando o padrão de consumo é adequado ao padrão de receitas e o indivíduo ainda consegue poupar. Essa é a situação dos sonhos de qualquer consumidor racional. Mas como consegui-la?
Não existe uma "receita de bolo", uma vez que cada indivíduo é único e possui suas particularidades no que diz respeito a desejos e necessidades. Entretanto, alguns procedimentos comuns podem ser sugeridos. Após a identificação do padrão de vida que se pode levar, o indivíduo deve elaborar um orçamento do que pretende gastar ao longo do mês e adequá-lo às suas receitas. É importante lembrar que neste orçamento, as despesas que se concentram em determinados períodos do ano devem ser lembradas. Por exemplo: se uma pessoa vai gastar R$ 1.200,00 com IPTU e IPVA em janeiro de 2009, é importante que ao longo de 2008, ela faça uma provisão (reserva) que já deva constar no orçamento.
Na situação acima, a pessoa pode poupar R$ 100,00 por mês (e aplicar em uma caderneta de poupança, por exemplo) de janeiro a dezembro de 2008, de modo que em janeiro de 2009 ela possa pagar os referidos impostos à vista e usufruir dos descontos. E tem mais, ao poupar R$ 100,00 mensalmente, essa pessoa vai ter mais de R$ 1.200,00 ao final de um ano, devido aos rendimentos da aplicação. Isso quer dizer que ainda restará algum dinheiro após a quitação desses débitos, que poderá ser complementado no pagamento da matrícula escolar, que é outra despesa de início de ano (tem escolas que abrem as matrículas em novembro ou dezembro do ano imediatamente anterior e oferecem descontos). Caros leitores, você já havia pensado nessa possibilidade de programar seus gastos antes deles acontecerem? É uma ótima idéia. Façam isso e depois me mandem um e-mail para dizer se valeu a pena ou não.
Outra dica importante é com relação à disciplina que se deve ter em anotar tudo o que foi gasto diariamente e comparar com o orçamento planejado de modo a fazer os ajustes necessários ao longo do ano. Com isso, consegue-se identificar para onde realmente o dinheiro vai. O que percebo em algumas pessoas é a preguiça em anotar tudo e com isso não conseguem organizar sua vida financeira. Anotem tudo mesmo, inclusive aquela despesa que parece insignificante!
Enfim, consumir é muito gostoso. E o bom é fazer a satisfação perdurar também depois da compra. Para isso, é importante planejar bem os gastos e tomar bastante cuidado, sobretudo nessa época de Natal, de modo a evitar cair nas armadilhas das compras a prazos exageradamente longos, nos quais juros altos estão embutidos, bem como a capacidade futura de pagamento pode ficar comprometida caso algum imprevisto aconteça.
Sendo assim, caros leitores, organizem suas finanças pessoais de 2008 a partir de agora. Reúna sua família e trace estratégias para o próximo ano. Busque sua saúde financeira e tenha uma qualidade de vida melhor. Faça isso ao longo de todo o ano, de modo que no Natal de 2008 o balanço seja positivo e assim, por exemplo, o 13° salário poderá ser utilizado para consumir algum objeto de desejo, uma vez que as necessidades já terão sido pagas, devido ao bom planejamento feito ao longo do ano.
Fernando Antônio Agra Santos é Economista pela UFAL (Universidade Federal de Alagoas), Doutor em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e professor universitário das faculdades Vianna Júnior, Estácio de Sá e Universo e do curso de Formação Gerencial do Instituto Educacional Machado Sobrinho, sendo todas a instituições em Juiz de Fora - MG.
Sobre quais temas (da área de economia) você quer ler novos artigos nesta seção? O economista Fernando Agra aguarda suas sugestões no e-mail negocios_economia@acessa.com.