A economia e o meio ambiente

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Fernando Agra 9/6/2009

A economia e o meio ambiente

A busca desenfreada pelo lucro tem contribuído para acentuar uma questão: será que as questões econômicas e a preservação ambiental podem caminhar juntas? Uma vez que a ampliação dos desmatamentos, a elevação dos índices de poluição (em diversos meios) que permeiam todo o Planeta, entre outros exemplos, têm acentuado a polêmica gerada pela indagação inicial.

Tem sido assustador a maneira como o Brasil vem tratando com descaso toda a sua questão ambiental. Atualmente, tem-se assistido a uma redução nas áreas ocupadas pelas florestas brasileiras, onde espécies em extinção estão cada vez mais se exaurindo, por conta de explorações predatórias das reservas florestais. A falta de uma visão sócio-econômica na área em questão tem sido um fator importantíssimo para as questões supracitadas. Pois, vale observar que, com a perspectiva de escassez de madeira no mundo para os próximos anos, tal produto valorizar-se-á cada vez mais, logo a implementação de políticas no tocante às atividades de reflorestamento poderão contribuir para: a preservação do próprio meio ambiente; para a geração de uma atividade que venha ampliar a oferta de empregos (diretos e indiretos) na economia; bem como para gerar renda e aumentar a riqueza do País; além de contribuir para a ampliação das divisas, através do aumento das exportações, que tem um papel muito importante no equilíbrio da Balança Comercial.

Outras questões importantes são relativas ao abastecimento de água e ao tratamento do lixo. Inicialmente, vale reafirmar que um ponto considerado de sobrevivência a toda e qualquer forma de vida na Terra diz respeito à água. É um tanto paradoxal um planeta com três quartos da sua constituição ser de recursos hídricos e a humanidade ter conseguido, através da poluição e do desperdício, entre outros aspectos, tornar esse bem, que é essencial, uma preocupação crescente nos dias atuais, já que em certas localidades, o seu abastecimento tem sido um sério problema para o consumo humano. Outro ponto importante é com relação às crescentes toneladas de lixo que são produzidas diariamente (sobretudo no meio urbano) e pouco tem sido feito no tocante a um reaproveitamento de certos tipos de dejetos que a natureza leva anos para absorver.

Vale ressaltar que o meio ambiente funciona como uma espécie de sistema integrado, então se tornam urgentes as medidas a fim de manter a harmonia entre os elos desta cadeia, pois quando tais são rompidos, todo o sistema fica comprometido. Políticas na área de reflorestamento; medidas de despoluição das águas (rios, mares, etc.); a questão da reciclagem do lixo; entre outras alternativas de natureza semelhante devem ser colocadas em prática, além de uma maciça campanha frente a toda comunidade, com o intuito principal de conscientização da importância da preservação do meio ambiente. Tudo isso pode servir de contribuição para um processo de desenvolvimento sustentado.

Em geral, pode-se inferir que essa visão imediatista do usufruto irracional dos recursos naturais, com fins puramente lucrativos de curto prazo, aliada a uma desatenção de que tais recursos são esgotáveis, fará com que o próprio homem caminhe para um processo de autodestruição. Entretanto, é possível afirmar que as questões ambientais e os interesses econômicos podem caminhar juntos, basta que medidas (algumas citadas anteriormente) sejam tomadas para a reversão do quadro atual e então, ambas as correntes, economia e ecologia, sejam encaradas como complementares.

E você, caro leitor, o que pode fazer para melhorar a situação supracitada?



Fernando Antônio Agra é Economista pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Doutor em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e professor universitário das faculdades Vianna Júnior, Estácio de Sá e Universo e do curso de Formação Gerencial do Instituto Educacional Machado Sobrinho, sendo todas a instituições em Juiz de Fora - MG