No meio da crise, vale continuar a estimular crescimento via consumo?
Quem te viu, quem te vê!
Precursora do processo de civilização no Ocidente e colonizadora de meio mundo, a Europa agora está em crise. E como todas as benesses alcançadas pelo Velho Continente afetassem o globo, a queda também atinge todas as partes do mapa. Seja sob a dinâmica (agora desacelerada) das exportações, seja sob todo o visual assustador da recessão.
Para não ter de aterrissar sua nave antes do destino pretendido, focado no crescimento e no desenvolvimento (vale lembrar que o Brasil compõe o grupo dos emergentes BRICS), o Governo Dilma já tem se articulado, para não sucumbir à tempestade europeia.
A redução do tão falado e ouvido IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para móveis e produtos da linha branca (fogões, geladeiras, freezers, por exemplo), bem como para automóveis e a liberação de aproximadamente R$ 115 bilhões de crédito para as atividades agrícolas são exemplos dessa articulação.
Com IPI reduzido, a sociedade se mantém em dia com o consumo, este que aquece qualquer economia frígida (pelo menos no curto prazo). Mas a “grande sacada” do governo brasileiro, ao tratar do combate à crise, refere-se à liberação de R$ 115,2 bilhões de crédito para atividades agrárias. Isso porque o agronegócio, no ano passado, foi responsável por 38% das exportações brasileiras.
A estatística mostra que o Brasil não tem usado somente de paliativos para amenizar as mazelas trazidas pela crise. Ao contrário, o país do carnaval tem dado aula da tão cogitada sustentabilidade (econômica) para o colonizador europeu.
Essa inversão de papéis indica que esta realmente não é a hora de aterrissarmos nossa nave brasileira nem em casa nem em solo estrangeiro resignado, visto que ela, a nave brasileira, tem cumprido a cartilha do crescimento.
E o que governo sinalizou, além das medidas supracitadas, foi a importância de mostrar que o crescimento econômico baseado principalmente no consumo não se sustenta no longo prazo (foi assim na época do “Milagre Econômico”, nos anos 70 do século XX) e, para isso, é necessário aumentar os investimentos. No curto prazo, investimentos representam demanda (por bens de capital) que no futuro transformar-se-ão em oferta, ou seja, ampliam a capacidade de o país produzir. E, com isso, podemos crescer sem necessariamente ter inflação de demanda.
Como disseram alguns especialistas, o valor destinado ao estímulo aos investimentos é pouco, mas é um importante sinalizador da atenção do governo com relação a este importante componente da demanda agregada.
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* Colaborou: Carolina Fellet, jornalista formada pela Faculdade Estácio de Sá (campus Juiz de Fora) e estudante de Pós-Graduação em TV, Cinema e Mídias Digitais pela UFJF.
Fernando Antônio Agra Santos é Economista pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Doutor em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e professor universitário das faculdades Vianna Júnior, Estácio de Sá, Universo e da Fundação Educacional Machado Sobrinho, todas a instituições em Juiz de Fora - MG. O autor ministra palestras, para empresas, na área de Educação Financeira.
Precursora do processo de civilização no Ocidente e colonizadora de meio mundo, a Europa agora está em crise. E como todas as benesses alcançadas pelo Velho Continente afetassem o globo, a queda também atinge todas as partes do mapa. Seja sob a dinâmica (agora desacelerada) das exportações, seja sob todo o visual assustador da recessão.
Para não ter de aterrissar sua nave antes do destino pretendido, focado no crescimento e no desenvolvimento (vale lembrar que o Brasil compõe o grupo dos emergentes BRICS),o Governo Dilma já tem se articulado, para não sucumbir à tempestade europeia.
A redução do tão falado, e ouvido IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para móveis e produtos da linha branca (fogões, geladeiras, freezers, por exemplo), bem como para automóveis e a liberação de aproximadamente R$ 115 bilhões de crédito para as atividades agrícolas são exemplos dessa articulação.
Com IPI reduzido, a sociedade se mantém em dia com o consumo, este que aquece qualquer economia frígida (pelo menos no curto prazo). Mas a “grande sacada” do governo brasileiro, ao tratar do combate à crise, refere-se à liberação de R$ 115,2 bilhões de crédito para atividades agrárias. Isso porque o agronegócio, no ano passado, foi responsável por 38% das exportações brasileiras.
A estatística mostra que o Brasil não tem usado somente de paliativos para amenizar as mazelas trazidas pela crise. Ao contrário, o país do carnaval tem dado aula da tão cogitada sustentabilidade (econômica) para o colonizador europeu.
Essa inversão de papéis indica que esta realmente não é a hora de aterrissarmos nossa nave brasileira nem em casa nem em solo estrangeiro resignado, visto que ela, a nave brasileira, tem cumprido a cartilha do crescimento.
E o que governo sinalizou, além das medidas supracitadas, foi a importância de mostrar que o crescimento econômico baseado principalmente no consumo não se sustenta no longo prazo (foi assim na época do “Milagre Econômico” nos anos 70 do século XX) e para isso é necessário aumentar os investimentos. No curto prazo, investimentos representam demanda (por bens de capital) que no futuro transformar-se-ão em oferta, ou seja, ampliam a capacidade de o País produzir. E com isso, podemos crescer sem necessariamente ter inflação de demanda.
Como disseram alguns especialistas, o valor destinado ao estímulo aos investimentos é pouco, mas é um importante sinalizador da atenção do governo com relação a este importante componente da demanda agregada.
*Carolina Fellet é jornalista formada pela faculdade Estácio de Sá (Campus de Juiz de Fora) e estudante de Pós-Graduação em TV, Cinema e Mídias Digitais pela UFJF