Uma bela história de Inteligência Financeira!
Uma bela história de Inteligência Financeira!
Essa história se passou dentro de um avião, quando regressava de minha cidade natal, Maceió, após ter revisto a família e matado a saudade das belas praias do litoral alagoano. Enquanto aguardava a decolagem do avião, uma gentil Senhora, que se sentara na cadeira ao meu lado, descreveu toda a sua emoção e medo de viajar de avião pela primeira vez. Procurei tranquiliza-la e começamos a conversar. Conversa esta que se iniciou durante a primeira etapa do voo e continuou quando fizemos uma conexão em Salvador.
Passada (ou minimizada) as emoções da primeira decolagem, D. Gilda (nome fictício) me perguntou em que trabalhava e eu disse que sou Professor e Economista. Ela disse que entendia de economia. A economia do dia a dia, das finanças pessoais. Eu disse que é um assunto que gosto muito e assim escutei atentamente a historia dela. D. Gilda me disse que atualmente ganha um salário mínimo (R$ 788,00) e seu marido recebe dois salários mínimos (R$ 1.576,00). Mas nem sempre foi assim. Aos 44 anos de idade, 30 dos quais reside na capital alagoana, D. Gilda me disse que durante dois anos sustentou a casa somente com a sua renda, pois o marido esteve desempregado. O casal possui dois filhos adolescentes e que já trabalham e estagiam atualmente (isso faz com que os pais diminuam certos gastos, assumidos agora pelos próprios filhos).
A história dessa Senhora me fascinou quando ela começou a contar detalhes de como administrava suas finanças pessoais. O casal conseguiu comprar uma casa e parte foi financiada. Financiamento este que já foi quitado. Em seguida, eles compraram um carro e terminarão de pagar as prestações no final do ano (D. Gilda frisou que sempre paga todas as suas contas em dia e não paga juros de modo algum). Ela fez questão de dizer que pagou a viagem de avião para ela e para o filho à vista (cerca de R$ 1.900,00 aproximadamente só com passagens aéreas).
Curioso como sou, quis saber mais detalhes, uma vez que tais ensinamentos somente enriqueceriam os meus conhecimentos e poderia transmitir (como estou fazendo neste artigo) nos meus textos e nas minhas palestras. D. Gilda me disse que as despesas da casa são distribuídas entre ela e o esposo. Toda renda adicional que ela tem, ela guarda na caderneta de poupança (eu disse a ela que existem outras aplicações financeiras tão seguras quanto à poupança e que rendem mais). Ela ainda me disse que gostaria que o esposo tivesse a mesma disciplina financeira que ela, pois ela acredita que ele também poderia poupar parte da renda após os pagamentos das contas. Ela me disse o quão o esposo fica feliz pela educação financeira com que ela administra a casa.
E eu fico me perguntando: uma família que possui atualmente uma renda mensal de 3 salários mínimos (R$ 2.364,00) tem casa própria, carro novo, viaja e paga as despesas da viagem à vista, está com as contas em dia e tem planos financeiros para o futuro após quitar o automóvel. Qual o segredo? Por que será que há famílias com renda superior (e às vezes muito superior) e não tem coisa alguma, a não ser dívidas e mais dívidas? E mesmo que não tenham dívidas, não conseguiu sequer construir um patrimônio. A resposta é simples: é preciso ter educação financeira. Gastar menos do que se ganha. Poupar uma parte em aplicações financeiras seguras e rentáveis. Viver de acordo com o padrão de vida. Planejar os gastos. Conversar sobre dinheiro com a família. Atender as necessidades antes dos desejos. Não deixar se seduzir pelo consumismo propagado pelo marketing intensivo. Enfim, as pessoas precisam controlar os impulsos consumistas e adquirir hábitos saudáveis de consumo!
E aí eu deixo uma pergunta para você, caro leitor: você ganha mal ou gasta mal?