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Consumidores aderem aos cartões de loja com bandeira própriaOs private label, oferecidos por lojas de departamento e supermercados, oferecem benefícios, mas devem ser usados com cautela, para não comprometer orçamento

Victor Machado
*Colaboração
3/8/2011

Nos últimos anos, os cartões private label (aqueles oferecidos em lojas de departamentos e supermercados, com bandeiras próprias) têm se tornado comum entre os brasileiros. Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), nos últimos cinco anos, o serviço teve um crescimento anual de 19% em faturamento e, atualmente, representa 12,7% do faturamento total do setor de cartões. Apesar do crescimento e dos cartões facilitarem as compras, o economista Guilherme Ventura alerta para os riscos de se enrolar com as contas no fim do mês.

Ventura comenta que o principal benefício dos private label é possibilitar ao cliente mais uma aprovação de limite de crédito no mercado e o uso dos cartões de bandeiras convencionais para outras compras. Porém, ele comenta que aumentar o limite de crédito pode se tornar um perigo para os consumidores. "É interessante pelo fato de dar mais opção ao cliente e facilitar. Mas é preciso planejamento porque o salário continua o mesmo e os gastos devem ser baseados nele."

O economista aconselha que o consumidor evite entrar no rotativo, que é quando o cliente paga uma parte da conta e financia a outra. "Os juros desses cartões são semelhantes aos convencionais e ultrapassam os 10% ao mês. Cair no rotativo pode representar um transtorno financeiro para a pessoa. É interessante planejar os gastos de acordo com o salário e ter uma reserva de dinheiro para possíveis imprevistos. Colocar todas as contas no papel e ver se é possível comprar determinado produto." Outra dica do economista é tentar negociar com a loja para não pagar a taxa administrativa do cartão. "Esses cartões sempre têm essas taxas, mas, tentar negociá-la pode diminuir os gastos."

A gerente de vendas Elizabeth de Oliveira possui cinco cartões de crédito de diferentes lojas. Para ela, a principal vantagem é receber benefícios em promoções e parcelamentos. "É uma forma de ser mais bem tratado na loja e de receber incentivos na hora da compra, como dividir em mais vezes e as promoções especiais." Ela destaca a praticidade do cartão. "Não preciso andar mais com dinheiro. Utilizo os cartões, sempre que possível. Mas é importante evitar o comprometimento com os gastos para não se enrolar com os juros. Eu nunca precisei me endividar."

Perfil do consumidor

De acordo com a Abecs, tais cartões passaram a oferecer limites de crédito e contribuir para o uso dos cartões de crédito nas classes C, D e E, que não eram inseridas nos meios de crédito tradicionais. Segundo a associação, o crescimento no uso deve-se, principalmente, à inserção dessas classes antes excluídas.

Uma pesquisa do Instituto Datafolha e da Abecs, realizada em 2010, aponta que os private label são os mais democráticos, se comparados com os cartões de crédito e de débito. Eles registraram maior crescimento na classe C e entre as pessoas mais velhas, apesar de estarem presentes nas demais faixas etárias. Do total de cartões emitidos, 27% são para as classes A, B e C.

Para a Abecs, a explicação para a criação dos private label pelas empresas é facilitar o acesso ao crédito, com baixos custos, tratamento diferenciado, benefícios em promoções e parcelamentos, e o menor risco, já que o crédito fica vinculado a um único estabelecimento. Além disso, a associação destaca o ganho financeiro para o varejista, que neutraliza a taxa da administradora de cartões.

Confira abaixo as empresas que mais emitem cartões de crédito.

Ranking dos maiores emissores

1º - C&A
2º - Riachuelo
3º - Renner
4º - Casas Bahias + Pão de Açúcar + Ponto Frio
5º - Pernambucanas
6º - Marisa
7º - Hipercard
8º - Carrefour

 

Fonte: Abecs/SD&W

*Victor Machado é estudante do 8º período de Comunicação Social da Faculdade Estácio de Sá

Os textos são revisados por Thaísa Hosken