Aut?nomos devem ter disciplina ao lidar com as finanças
Autônomos devem ter disciplina ao lidar com as finanças Assim como profissionais liberais, trabalhadores precisam construir uma planilha de gastos para evitar o risco de despesas diárias
Repórter
29/8/2011
Há quem veja muitas vantagens no trabalho autônomo e de profissionais liberais, já que as pessoas que desempenham essas funções desta forma têm maior flexibilidade com relação a horários, além de liberdade referente à execução das tarefas.
Entretanto, uma das dificuldades está na falta de renda mensal fixa, já que o dinheiro vem a cada trabalho realizado. Na maioria dos casos, se os trabalhadores autônomos, assim como os profissionais liberais, não planejarem os gastos, o risco de comprometer o orçamento, chegando ao final do mês sem um centavo, é grande.
Além disso, outro problema apontado pelos trabalhadores diz respeito às aplicações financeiras, já que não há certeza do que entrará, em termos de dinheiro, a cada mês. "Não dá para programar o que conseguirei poupar a cada mês, já que os ganhos são variados, dependendo do número de trabalhos que farei ao longo do mês", destaca a faxineira Edna Marcílio de Lima, que conta com duas clientes fixas, além de visitas esporádicas. Ela afirma que o fato de receber por trabalho realizado faz com que se sinta tentada a gastar antes de programar. "Aí, acabo gastando com supérfluos."
O taxista Marcelo Antenor de Carvalho conta que tenta, mas não consegue controlar suas despesas. "Já tentei comparar um ano com o outro para tentar fazer uma programação, mas não dá porque tudo aumenta. Então, recebo e gasto, guardando apenas aquilo que será destinado a contas como aluguel, luz, água e telefone. Infelizmente não consigo poupar."
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Para o economista Ricardo Amorim, é importante que esses profissionais estejam focados na já conhecida planilha de gastos mensais. "Ter disciplina é fundamental. Só analisando aquilo que será gasto e o que irá restar é que será possível programar." O economista lembra que as opções quanto às formas de investimento são as mesmas para todos os tipos de trabalhadores. Entretanto, o que muda é a forma de lidar com as finanças, ou seja, o planejamento financeiro.
"O ideal, já que esses profissionais não podem contar com renda mensal, é fazer um planejamento anual, desde que seja real." Isso porque, segundo ele, alguns meses acabam compensando outros em termos de ganho. "O ideal é buscar dados reais e fazer uma média, a fim de destinar os recursos aos pagamentos e verificar o que será investido."
Outra dica aos profissionais autônomos e os liberais é evitar gastos muito altos, tendo em vista exatamente os meses nos quais os ganhos não são elevados. "O total destinado ao pagamento de contas não deve ultrapassar 70% do total do orçamento." Edna afirma que os períodos de férias são considerados ruins, já que, com as famílias em viagem, gastos com faxina não são prioritários.
Em compensação, o taxista destaca que o mês de dezembro é comemorado, já que o valor da bandeira aumenta, consequentemente, o ganho. "Com o corre-corre às lojas para as compras de final de ano, a tendência é que trabalhemos mais e, claro, o salário aumente."
Onde aplicar
Com relação aos valores que sobraram e poderão ser aplicados, Amorim destaca que o primeiro passo é definir o valor, por quanto tempo e o objetivo da aplicação. "Quem não tem ganho fixo deve optar por investimentos com maior liquidez, como a poupança e o CDB, que são títulos vendidos como forma de captação."
Já para quem pretende aplicar em ações, o economista ensina que o foco de investimento deve ser diferente. "Para quem pensa na aposentadoria, por exemplo, as ações são recomendadas, já que se afasta, neste caso, o risco de emergências." Para ele, a ideia de guardar o dinheiro em casa não deve ser abraçada.
Os textos são revisados por Thaísa Hosken