Campe?es de venda! Ambulantes aproveitam as vit?rias do Brasil para faturar vendendo produtos aos torcedores mais animados
Rep?rter
19/06/2006
O que n?o falta em dias de jogo do Brasil s?o camisetas, bon?s, cornetas e bandeiras dando sopa pela cidade. S?o eles, os ambulantes, que apostaram na sazonalidade da paix?o do brasileiro para faturar, fazer dinheiro nesta ?poca do ano. As esquinas viraram caixas, os canteiros vitrines. Tudo para cumprir aquela velha e conhecida regra de que "quem n?o ? lembrado n?o ? visto".
Tentando fazer analogias, ? poss?vel dizer que cada um, ? sua maneira simples, aprendeu truques e t?ticas de mercados, mesmo sem se dar conta disso. Alguns, se exp?em no melhor ponto, outros t?m o melhor pre?o. Muitos chamam a freguesia com versos repetitivos, enquanto outros cantam, simulando uma esp?cie de jingle improvisado.
O bairro Alto dos Passos ? a prova viva de tudo isso. Quem foi para o point oficial da comemora??o da vit?ria do Brasil n?o p?de deixar de perceber como dezenas de juizforanos tentavam ganhar o p?o de cada dia com a ajuda dos meninos do Parreira.
Gente que vendia pantufa e agora confecciona o produto em verde e amarelo, pessoas que vendiam bon?s e investiram no estoque daqueles que possuem a bandeira do Brasil, mulheres artes?s que cada dia inventam mais bijouterias com as cores da sele??o.
Eu s? trabalho com verde e amarelo!
Durante os 365 dias dos tr?s anos que n?o h? Copa, mais os 335 dias do ano que acontece o mundial, ele trabalha oito horas por dia em uma gr?fica da cidade. Depois, com a chegada da festa planet?ria, ele se prepara para encarnar todas as publicidades que imprimiu, na venda de camisetas da sele??o.
Esse ? o segundo ano que Ant?nio troca de atividade. Como ele mesmo contou, na primeira vez que resolveu ir para a rua vender camisetas, estava de f?rias da gr?fica, e tudo aconteceu meio por acaso. "A gente que trabalha demais n?o consegue ficar muito tempo ? toa. E nem pode, n??", brinca.
Ant?nio cansou de ver pela TV as partidas da competi??o na Cor?ia e no Jap?o. Resolveu participar da festa como podia. Ele conta que nunca foi acostumado a ficar ? toa e que nas comemora?es do Alto dos Passos viu a possibilidade de ganhar uma graninha.E valeu a pena! Os lucros que ele teve durante os 30 dias de jogo foram maiores que o seu sal?rio de tr?s meses na gr?fica. "na primeira compra que fiz em S?o Paulo, trouxe pouca coisas, porque estava com medo de ter que doar camisetas para todos os meus vizinhos. Acabou no primeiro jogo, eu nem acreditei", comenta, respondendo sobre a lucratividade do neg?cio.
Ele teve que negociar com colegas e deixar de tirar f?rias em outros per?odos para poder estar fora da gr?fica em julho.
"Foi um sufoco. Ainda bem que trabalho l? h? muito tempo e que o pessoal sabe que uma coisa n?o vai atrapalhar a outra. Ent?o, d?o um jeito de garantir a minha folga", explica.
Para esse ano, Ant?nio n?o marcou bobeira. Comprou mais camisetas, sem medo de fazer estoque. Tamb?m n?o ? para menos. De acordo com as contas do ambulante, a venda de camisetas da sele??o, em dia de jogo do Brasil chega a cem unidades, aproximadamente.
Brasileiro ? empolgado. Ficam felizes com vit?rias e querem comemorar em grande estilo. Nigu?m p?ra para pensar muito se o dinheiro da compra vai dar ou n?o. Tem muito impulso na hora de comprar cerveja e camiseta hoje", opina.
Barulho tamb?m traz lucro
N?o que seu produto seja caro. N?o ?. Mas para exemplificar como as pessoas compram mesmo prdutos verde-amarelos, ele conta que o mesmo pai chega a comprar quatro cornetas na mesma hora. Uma para cada um dos filhos, mesmo que uma seja exatamente igual a outra.
E ? esse impulso de compra dos brasileiros que fazem com que ele e a fam?lia saiam todos os dias de casa para fazer barulho e chamar a aten??o dos clientes. H? exatamente seis copas do mundo.
Rog?rio ? ambulante por profiss?o. Vende ?culos de sol e meias em outras ?pocas do ano em diversos pontos da cidade. Com a barraquinha montada, sustenta a fam?lia de cinco filhos. E ? s? nessa ?poca do ano, vendendo produtos da Copa, que ele, por ganhar mais, pode aproveitar para dar uma aliviada nas contas da casa.
No dia da partida e depois do jogo. Esses s?o os melhores momentos para as vendas de Rog?rio. Na somat?ria desses dois momentos, ele afirma que repassa para os clientes, em m?dia 300 cornetas. Quantidades que ? cuidadosamente calculada para compra. Tudo, fruto da experi?ncia do senhor de 54 anos, apaixonado por futebol, como todo brasileiro.
Leia mais