Casas noturnas em Juiz de Fora
Casas noturnas Para permanecer no mercado, os propriet?rios de casas noturnas precisam ficar atentos aos detalhes
Rep?rter
04/04/2007
Assuntos relacionados:
Casa cheia, p?blico fiel, hits do momento, atendimento de primeira ... S?o algumas das qualidades que toda casa noturna gostaria de ouvir de seus clientes, mas nem todas conseguem alcan?ar este patamar e acabam saindo do mercado.
Em Juiz de Fora, a concorr?ncia ? grande e algumas n?o conseguem sobreviver, por isso ter aten??o nos detalhes ? essencial.
H? cerca de quatro meses, a cidade ganhou uma casa noturna a partir da id?ia do DJ Zulu e mais tr?s amigos que, segundo ele, n?o s?o da noite. A experi?ncia de nove anos como DJ, ele decidiu "assumir o risco como propriet?rio de uma casa noturna"
.
Ele garante que antes de unir o capital, fizeram planos e pesquisa para abrir a danceteria. "Voc? tem que estar preparado para recepcionar o p?blico, oferecer qualidade de servi?o e bons produtos, o atendimento tem que ser dez. A casa veio para ser mais uma op??o, porque Juiz de Fora cresceu, mas a divers?o est? limitada"
, diz.
"n?o ? poss?vel sobreviver com um p?blico somente"
.
Nenhum dos s?cios da danceteria possui forma??o na ?rea administrativa ou financeira, mas Zulu diz que a experi?ncia de cada contribui para o empreendimento. "Toda empresa tende a come?ar no vermelho e via estabilizando. Estamos aprendendo"
, afirma.
O s?cio-propriet?rio de uma casa noturna da cidade que existe h? oito anos, Maur?cio de Mello Lemos, tamb?m afirma que n?o possui forma??o espec?fica. "Tenho a pr?tica do neg?cio"
. Ele lembra que em 1999, tinham mais no??o de como seria o estilo da casa e menos do p?blico que iriam atingir. "?s vezes, voc? pensa numa coisa e atinge outra. O nosso p?blico sempre foi mais novo do que planej?vamos"
, conta.
"Nas maiores, voc? tem que abrir um leque em termos de classe social, de leque cultural..."
.
Para se diferenciar, Maur?cio procura atingir um p?blico alternativo. "A gente tenta fazer o que as outras casas n?o fazem, porque existe um p?blico pra isso. As pessoas, em termos de gosto musical, s?o muito diversificadas. O foco no p?blico alternativo ajuda a manter nosso espa?o. N?o que a gente possa afirmar que a casa n?o vai acabar um dia, mas n?s a mantemos com coer?ncia"
, explica. No total, s?o oito anos de empreendimento, que Maur?cio e sua s?cia Silvana pretendem manter nas noites de Juiz de Fora.
E como a cada ano surgem op?es de divers?o na cidade, DJ Marley (foto abaixo, ? direita) entrou na leva e abriu uma danceteria em parceria com Dj Vov? (foto abaixo, ? esquerda), e garantem que vieram para ficar. "A proje??o da casa ? trabalhar com p?blico acima de 25 anos"
, diz Marley.
"Bati o p? para n?o inaugurar em janeiro deste ano, porque n?o estava tudo pronto. Mas estamos abrindo aos poucos, montando as programa?es. Se voc? n?o movimenta, n?o muda todo dia, o neg?cio n?o acontece"
.
O estilo de m?sica ? o diferencial apontados pelos DJs. "Cada casa tem seu perfil e o p?blico que queremos atingir ? o adulto. ? f?cil fazer coisa pra jovem. Agora, se n?o tiver um bom atrativo, voc? n?o consegue trazer esse p?blico adulto"
. Mas como n?o atrair os mais novos para a casa? "Se a proposta n?o se adapta a 'molecada', ele n?o vai"
, explica Marley.
Planejamento estrat?gico
Abrir uma casa noturna somente com a pr?tica do dia-a-dia n?o ? raro na cidade. Tanto que os diretores de uma empresa de consultoria, Elisa Mara Oliveira Schettino e Douglas Quirino Marson (foto abaixo), montaram um projeto buscando atender este mercado que cresce em Juiz de Fora.
"Geralmente, eles t?m o conhecimento do neg?cio"
, diz Elisa. O problema ? a hora de organizar a casa para concorrer com as outras. "Nesse ponto, eles se perdem. E pela concorr?ncia grande, alguns n?o conseguem sobreviver"
, completa Douglas.
Montar um neg?cio e mexer em um empreendimento necessitam de estrat?gias diferentes. Quando ? uma casa nova, o primeiro passo ? montar um plano de neg?cios, para verificar a viabilidade de abertura, estudar o mercado e o seu p?blico, montar a rotina de opera??o da casa, entre outros v?rios pontos.
"Quando a pessoa come?a organizada, ? muito mais f?cil. J? quando h? uma cultura organizacional, fica mais dif?cil, porque j? existem v?cios, e est?o mais fechados a mudan?as"
, relata Elisa.
Neste ?ltimo caso, existe uma metodologia espec?fica, come?ando pelo diagn?stico da empresa, para saber, por exemplo, como ? o ambiente onde trabalham os funcion?rios, a satisfa??o do cliente em rela??o a casa. "Dentro de 25 a 40 dias, fazemos um retrato de como est? a empresa. Isso nos leva ao Plano de A?es"
, diz Elisa.
No projeto de consultoria oferecido, eles lembram que as ferramentas usadas s?o espec?ficas para cada local, mas existem quatro ?reas de atua??o: finan?as, processos, marketing e pessoas. "Algumas atividades est?o presentes na maioria dos trabalhos. O que muda ? o como ela ? feita"
, ressalta Elisa.
A falta de controle de estoque nas casas noturnas ? a parte mais problem?tica percebida pelos consultores. Isso gera perda de produtos, compras desnecess?rias e at? desvios de compras. Algumas pessoas acreditam que o mal andamento dos neg?cios est? diretamente ligado ?s finan?as. "A parte administrativa ? como um domin?. Tire uma pe?a e cai tudo"
, exemplifica Elisa.
Confira os problemas mais comuns apontados em casas noturnas na pesquisa realizada pela empresa de consultoria dos diretores Elisa e Douglas.
- Problemas de trabalho em equipe
- Lideran?as despreparadas
- Equipe desmotivada
- Inexist?ncia de controles e padr?es
- Decl?nios de receitas
- Clientes insatisfeitos (o que leva, muitas vezes, ao fechamento da casa)