Da rebeldia adolescente ao mundo dos negócios
Da rebeldia adolescente ao mundo dos neg?cios
Jovens empreendedores revelam os segredos
para o sucesso empresarial
Colabora??o
30/07/2007
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Voc? seria um bom empres?rio?
Para muitas pessoas, as palavras "jovem" e "responsabilidade" n?o costumam andar muito unidas. A fama rebelde dos adolescentes faz com que, cada vez mais cedo, eles queiram provar que podem andar com as pr?prias pernas. Prova disso s?o os cerca de 20 mil jovens empreendedores que existem no Brasil, segundo dados da Confedera??o Nacional de Jovens Empres?rios (Conaje).
A persist?ncia ? uma palavra-chave, segundo o empres?rio Felipe Gazolla (foto abaixo). Aos 22 anos de idade, Felipe ? dono de uma ag?ncia de publicidade especializada em m?dia interativa, especialmente em internet. "O fundamental antes de abrir uma empresa ? saber que voc? vai virar, praticamente, um escravo dela. Voc? segura a barra de tudo, ? o que mais trabalha e o que menos vai receber, inicialmente"
, alerta.
Planejamento tamb?m ? um fator imprescind?vel para o in?cio do seu pr?prio neg?cio. Saber em que ch?o voc? pisa e como funciona o mercado que sua empresa est? prestes a entrar, pode ser a chave do sucesso. "Desde os meus 16 anos j? trabalhava com o desenvolvimento de conte?do para a internet. Fui obtendo conhecimento das t?cnicas e do mercado, at? que, em 2005 montei a minha pr?pria empresa"
, lembra Felipe.
As dificuldades
O in?cio de qualquer empresa ? um per?odo delicado, marcado pela indefini??o e adapta??o. Encarar esse desafio sozinho requer ainda mais paci?ncia e planejamento. Felipe Gazolla lembra que o investimento inicial em sua empresa foi zero e que o dinheiro que entrou em caixa dos primeiros trabalhos foi investido na pr?pria empresa.
"No come?o corri atr?s de todos os clientes e fiz isso tudo sozinho. Hoje a empresa tem uma sede, conta com mais seis funcion?rios e pretendo fazer a contrata??o de mais dois para fechar a equipe"
. O empres?rio revela que a burocracia e os impostos excessivos foram fatores que dificultaram a abertura da empresa. O receio, ainda, ? que o Super Simples, cap?tulo tribut?rio da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, sancionada pelo presidente Lula, em dezembro do ano passado, acabe aumentando os impostos pagos.
Mas a expectativa, segundo Felipe, ? que os projetos, agora, se voltem para a amplia??o dos neg?cios. At? o terceiro ano, a empresa, que atualmente conta com 30 clientes fixos, passou por uma fase de consolida??o. Nos pr?ximos dois anos, o objetivo ? fazer com que os lucros aumentem.
O peso da idade
Na hora de contratar uma empresa, o que voc? avalia? A qualidade? O Pre?o? Os trabalhos j? realizados? E se depois de averiguar que a empresa realiza um trabalho de ?tima qualidade e pre?o acess?vel, voc? descobre que o servi?o ? realizado por um jovem? Vai fechar o neg?cio?
Nem sempre ? assim. Segundo Felipe, o receio ainda ? grande. "A idade at? hoje atrapalha um pouco. Muitos clientes n?o associam idade com a id?ia de qualidade. Por isso, algumas vezes, eles preferem ser atendidos no escrit?rio da empresa, para que isso sirva como garantia da seriedade do servi?o"
, destaca.
Mas, ent?o, como se preparar para o mercado t?o exigente? As empresas juniores das faculdades s?o um bom come?o para quem deseja ingressar no mundo dos neg?cios. Elas t?m facilitado a vida de muitos jovens, sedentos por conseguirem a t?o sonhada experi?ncia para entrar no mercado de trabalho ou montar seu neg?cio.
A estudante de Comunica??o Social, Gihana Fava (foto abaixo), sabe bem o que isso representa. Aos 19 anos, ? a presidente da Acesso Comunica??o Jr., a empresa j?nior da Faculdade de Comunica??o da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Desde 2001, a empresa presta servi?os e desenvolve projetos na ?rea de assessoria e consultoria em comunica??o.
"A experi?ncia que n?s temos aqui ? muito enriquecedora, pois os membros t?m total autonomia para trabalhar. N?o contamos com o aux?lio de professores e nem grandes experi?ncias na ?rea de administra??o, o que aumenta o desafio"
, afirma. Mas, segundo a presidente, a parceria entre os membros ? fundamental para que os trabalhos sejam executados com sucesso.
Geralmente as empresas juniores cobram um valor abaixo da m?dia de mercado, al?m de realizarem trabalhos sociais de forma gratuita. No caso da Acesso, os recursos arrecadados pelos servi?os prestados para os tr?s clientes pagos s?o investidos na pr?pria empresa e na capacita??o dos membros.
Um incentivo que n?o deu certo
Os jovens que desejam come?ar seu pr?prio neg?cio t?m v?rios desafios pela frente. Analisar o mercado, conquistar clientes, montar a estrutura f?sica da empresa, calcular investimentos, contratar m?o-de-obra, lidar com a burocracia e com os impostos s?o algumas das barreiras que dificultam a entrada de qualquer pessoa no mundo dos neg?cios.
Para tentar diminuir essas dificuldades e dar oportunidade aos novos empres?rios, o Minist?rio do Trabalho e Emprego lan?ou, em 2004, o Programa Jovem Empreendedor, no ?mbito do Programa Primeiro Emprego. O projeto, em parceria com o Servi?o Brasileiro de Apoio ?s Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), concedia cr?dito aos jovens com idade entre 18 e 24 anos para iniciar um empreendimento e fornecer qualifica??o profissional. Mas o Sebrae de Juiz de Fora informou que o programa est? suspenso temporariamente, sem previs?o de retorno.
Fonte: Sebrae
*Guilherme Ar?as ? estudante de Jornalismo da UFJF