Setor t?xtil movimenta economia em Juiz de Fora

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Setor t?xtil tem dificuldade de encontrar m?o-de-obra Desde a tecelagem at? a produ??o, ? dif?cil encontrar profissionais qualificados para assumir os postos. Costureiras s?o os profissionais mais em falta no mercado


Daniele Gruppi
Rep?rter
30/10/2008

O setor t?xtil e vestu?rio se destaca na organiza??o industrial de Juiz de Fora. S?o mais de 900 empresas formalmente estabelecidas, que geram 30% dos postos de trabalho existentes na ind?stria. Trata-se do terceiro munic?pio de Minas Gerais com maior n?mero de companhias no segmento.

Segundo pesquisa recente divulgada pelo Sindicato das Ind?strias de Vestu?rio (SIndivest), um dos entraves para o desenvolvimento do setor t?xtil ? a dificuldade de contrata??o de m?o-de-obra qualificada. O gerente de uma malharia, Alberto de Vilhena Rebou?as, comenta que desde a tecelagem at? a produ??o ? dif?cil encontrar profissionais para assumir os postos.

"Os funcion?rios faltam bastante e quando queremos repor o quadro para manter o n?vel de produ??o n?o conseguimos. ? complicado at? quando queremos crescer ou lan?ar um novo produto. Temos que treinar e isso demora um tempo." A empresa onde Rebou?as trabalha emprega 300 funcion?rios.

Os dados da pesquisa mostram que a dificuldade maior est? em contratar costureiras. O ?ndice ? de 22,3%. "J? colocamos an?ncio em jornal solicitando costureira experiente e n?o apareceu nenhuma", comenta Rebou?as. Os mec?nicos aparecem em segundo lugar no ranking da dificuldade em contratar profissionais, com indicador de 10,1%, seguido por profissionais da ?rea de design, modelistas e cria??o de desenvolvimento, com ?ndices de 9,2% e 8,4%, respectivamente.

Para Alberto Rebou?as, um dos fatores que pode desestimular os empregados a atuarem na ?rea ? o fato de ser um servi?o cansativo. O diagn?stico realizado em Juiz de Fora revela outras raz?es, como os baixos sal?rios oferecidos pelas empresas do setor em rela??o a outros setores, car?ncia de centros de treinamentos para forma??o profissional, oferta insuficiente de benef?cios, n?o utiliza??o de crit?rios t?cnicos para pagamento de produtividade e a sazonalidade do setor.

Segundo o presidente do Sindivest, Vandir Domingos da Silva (foto abaixo), a parceria entre as empresas ? uma estrat?gia para promover o crescimento do setor. "A maioria das companhias n?o convivem entre si. A troca de experi?ncias ? positiva". E complementa dizendo que h? falta incentivos governamentais para promover melhorias na ind?stria.

Predomin?ncia de microempresas

No p?lo de confec?es da cidade observa-se a predomin?ncia de microempresas, representando 68,6% do total das ind?strias. As pequenas empresas correspondem a 27,6% do setor e as m?dias e grandes ind?strias somam apenas 3,5% do total.

Segundo Vandir, as micro e pequenas empresas s?o din?micas e t?m mais facilidade para mudar a linha de produ??o, diferenciais que podem ajud?-las a minimizar os impactos provocados pela crise econ?mica. "A moda ? vers?til. O clima, al?m das pr?prias novelas, influenciam nas roupas usadas nas ruas da cidade. As confec?es de pequeno porte s?o capazes de se adaptarem de acordo com as tend?ncias."

Silva afirma que os empres?rios juizforanos investiram em novos equipamentos e est?o atualizados em rela??o aos modismos. "Esse ? resultado das parcerias entre Senai, Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e Fiemg que, constantemente, trazem pessoas qualificadas para falar de moda e t?cnicas de vendas."

O diagn?stico feito sobre as Ind?strias do Setor T?xtil e Vestu?rio aponta que apesar da predomin?ncia de micro e pequenas empresas, as firmas de maior porte possuem participa??o relativa muito superior aos dados estaduais e nacionais das m?dias e grandes empresas no segmento.

Conforme informa?es extra?das da RAIS (2006), as microempresas do segmento t?xtil de Minas Gerais e do Brasil representam 92% do total do setor, valor muito superior aos dados de Juiz de Fora (68,6%). Por outro lado, as pequenas empresas do setor t?xtil mineiro e nacional respondem por 7% do total, sendo esse ?ndice em Juiz de Fora de 27,6%. Enquanto na cidade 3,7% desse setor s?o compostos por m?dias e grandes empresas, em Minas e no Brasil esse n?mero ? de apenas 1%.

Caracter?sticas da produ??o

O setor t?xtil ? composto por empresas da ?rea de fia??o, tecelagem, malharia, meia, confec??o e beneficiamento. De acordo com o diagn?stico, a produ??o da moda feminina representa 25,6%, seguida pela fabrica??o de artigos especializados em moda masculina, com 25,1%. Outros grupos representativos na produ??o local s?o a fabrica??o da moda infantil, que vem em terceiro lugar, com 12,9%, e a moda infantil, com 12%.

Com rela??o aos produtos fabricados, a moda causal, voltada para a fabrica??o de cal?as, bermudas, camisas, camisetas, saias, dentre outros, ? uma das principais linhas, sendo respons?vel pelo indicador de import?ncia de 27,1%. A moda casual ou modinha feminina e masculina ? caracter?stica da maioria dos p?los e constitui o grupo que possui o maio p?blico consumidor.

A produ??o de meia ? a segunda da produ??o mais relevante, com indicador de 12,6%. Em terceiro lugar est? a produ??o de moda ?ntima dia (11,9%), como cueca, calcinha e suti?. A fabrica??o de cal?a jeans ? tamb?m importante na ind?stria local, com ?ndice de 10,5%.