Dezembro aperesenta saldo negativo de empregos em Juiz de Fora

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Quarta-feira, 20 de janeiro de 2010, atualizada às 16h20

Dezembro apresenta saldo negativo de empregos em Juiz de Fora

Clecius Campos
Repórter

O mês de dezembro apresentou saldo negativo de empregos formais em Juiz de Fora. De acordo com informações do Estudo de Evolução do Emprego, realizado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e divulgado nesta quarta-feira, 20 de janeiro, o número de demissões superou o de admissões em 442 postos.

O setor que apresentou maior queda de empregos formais em dezembro foi o de serviços, com saldo de -425. O decréscimo foi suficiente para que o ramo perdesse o posto de maior empregador do ano para o comércio, que ao longo de 2009 criou novos 1.012 postos em Juiz de Fora, mesmo apresentando retração nas contratações, comparadas ao mês de novembro.

Em dezembro, o comércio criou novos 376 postos, enquanto no mês anterior apresentou saldo positivo de 612 empregos. Em nota, o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), Vandir Domingos da Silva, afirmou que os números eram esperados. "Os lojistas fazem as contratações temporárias para vendas de final de ano já nos meses de outubro e novembro. Naturalmente no final de dezembro, depois das vendas de Natal, muitos dos funcionários temporários são desligados, só sendo contratados aqueles que se destacaram nas vendas."

O saldo negativo de empregos na indústria da transformação também era esperado. Entre admissões e demissões, o setor de Juiz de Fora perdeu 397 postos e apresentou variação de -1,89% no total de empregados. "A mão de obra está relacionada com o processo produtivo e o mês de dezembro é época de manutenção na indústria. O momento é de aguardar a reação do mercado para planejar e investir", afirma o consultor econômico do Centro Industrial de Juiz de Fora, Antônio Flávio Luca do Nascimento.

Saldo é positivo no ano

Ao longo de 2009, Juiz de Fora foi responsável pela geração de 2.826 postos de trabalho, entre os quase um milhão criados no Brasil. Além dos setores de comércio e serviços, os ramos da construção civil e da indústria da transformação contribuíram para o saldo positivo. De acordo com Nascimento, a expectativa para a indústria em 2010 é de que a geração de empregos seja duas vezes maior do que a registrada em 2009.

A perspectiva otimista é atribuída aos incentivos fiscais, proporcionados pela assinatura do decreto que equaliza as regras de arrecadação tributária entre a Zona da Mata Mineira e o estado do Rio de Janeiro, e ao projeto do Parque Tecnológico da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), que prevê a instalação de seis indústrias na cidade. "Somado a isso temos uma possível retomada de investimentos nas grandes empresas da cidade e na cadeia dos demais setores que também impulsionam a indústria da transformação", informa Nascimento.

Mesmo com a perspectiva de crescimento de 5,08% no Produto Interno Bruto (PIB) nacional em 2010, segundo dados do Banco Central, Nascimento lembra que o ano eleitoral pode reter parte da produção. "A mudança de governo sempre causa ansiedade, principalmente na questão dos investimentos. É possível que às vésperas das eleições, as empresas queiram esperar o resultado, antes de arriscar."

Os textos são revisados por Madalena Fernandes