Maio deixa de ser o m?s das noivas para o com?rcio de Juiz de Fora

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Maio deixa de ser o m?s das noivas para o com?rcio de Juiz de Fora

Maio deixa de ser o mês das noivas para o comércio de JF

Tradição é quebrada, transferindo os casamentos para o segundo semestre do ano. Cerca de 90% da procura tem sido em setembro

Jorge Júnior
Repórter
15/5/2012

Segundo a tradição, o mês de maio é a época dedicada às noivas. Porém, o panorama no comércio juiz-forano mudou. A sócia-gerente de uma casa de noivas da cidade, Adriana Cristina Malafai Andrade, que atua há 23 anos no município, garante que atualmente o setor alavanca no segundo semestre do ano. "Ainda existe uma demanda no mês de maio, mas com o passar do tempo, os casamentos têm sido realizados em julho, agosto e também setembro."

De acordo com Adriana, existe um mito que em maio tudo é mais caro, principalmente as flores, devido ao Dia das Mães. "Outro fator que acredito que tenha mudado o cenário é a questão do planejamento, por isso as noivas preferem casar em julho, para coincidir com a época de férias."

Com isso, a sócia afirma que julho tem superado o mês de maio. "A média em julho é de seis peças de casamento por semana. Às vezes esse número aumenta, chegando a dez", diz. Com a mudança, a empresária também ressalta o mês de setembro, época da primavera. "Neste período ocorrem os casamentos durante o dia, que também são muito desejados." Além disso, as primeiras semanas de janeiro e os feriados também são datas positivas para o setor. "Há cerca de dois anos tivemos uma procura muito boa, mas neste ano a data não foi tão positiva", avalia.

Quem também já sente essa mudança de tradição é a proprietária de outra loja de noivas, Mary Grace Hughes. Segundo Mary, as noivas deixaram maio e estão casando em setembro. "A tradição acabou porque o mês de maio é chuvoso, tem essa tendência de ser frio, por isso elas acabam optando para setembro, época da primavera." Ainda segundo Mary, com a transição da data, 90% da procura pelo estabelecimento foi transferida para setembro. "Antes tinha como prever se maio seria positivo, agora não tem mais como fazer isso", acrescenta Adriana.

Na igreja

A troca da data não é sentida apenas no comércio das noivas, mas na igreja. Segundo o monsenhor Miguel Falabella de Castro, tudo mudou. "Antigamente não se casava em agosto, mas agora as pessoas casam em qualquer mês do ano, mudando a tradição." Castro explica que maio foi acolhido como o mês das noivas, porque é a data em que consagra Nossa Senhora. "Uma das razões de maio ter se tornado um mês mariano deve-se à primeira aparição de Nossa Senhora em Fátima, no dia 13 de maio. Outro fato marcante celebrado neste mês, pela Igreja, é a festa de Nossa Senhora Auxiliadora, comemorada em 24 de maio."

Roupas

A quebra da tradição também acontece nas roupas. Conforme relata Mary, os modelos de estilo princesa são menos procurados. "As noivas preferem a moda mais despojada, mas ainda gostam do branco, porém, com um sapato vermelho, por exemplo. As coroas foram trocadas por tiaras com arranjos de flores. Os vestidos curtos/longos estão em alta. Usa-se um vestido longo na cerimônia e esse longo transforma-se em curto na festa", destaca. Sobre os modelitos, Adriana informa que as peças variam de R$ 800 a R$ 3.500. "Geralmente os mais procurados ficam em torno de R$ 1.800."

Entretanto, Adriana diz que, em relação ao prazo certo para escolher a roupa, ele varia entre seis meses a um ano. Para quem deseja facilidades no pagamento, é o prazo ideal é de 12 meses, pela facilidade do parcelamento. Mas para a pessoa não correr o risco de ficar indecisa após a escolha do vestido, o período indicado é de seis meses. "O aconselhável é pesquisar os preços das roupas na área de noivas e, depois que escolher a roupa, não continuar pesquisando, para não se perder", orienta. Já para os noivos e as crianças o tempo varia de um a três meses.

Os textos são revisados por Mariana Benicá