Insatisfação predominante no setor hoteleiro e de bares de JF
Insatisfação predomina no setor hoteleiro e dos bares de JF
Adiamento do Minas Láctea para 2015 e a não realização do Miss Brasil Gay fazem com que os setores deixem de arrecadar até 60% em relação aos anos anteriores
Repórter
Frustração. A palavra resume o sentimento dos setores hoteleiro e de bares e restaurantes com o atual cenário do turismo de eventos de Juiz de Fora. Com o adiamento do Minas Láctea para julho de 2015 e a não realização do Miss Brasil Gay, a sensação entre os representantes de entidades e os proprietários de estabelecimentos de hotelaria é de que há um declínio no setor que precisa ser revertido de forma urgente.
Em reunião na sede da Associação Comercial de Juiz de Fora na manhã desta terça-feira, 8 de julho, o chefe geral do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, Leandro Viana, repassou aos representantes dos setores da sociedade civil as razões do cancelamento do Minas Láctea 2014. Dados os altos custos proporcionados pela realização da Copa do Mundo, a dificuldade de repassar a feira à iniciativa privada e o período eleitoral, a feira que inicialmente estava prevista para julho, foi adiada para o mês de novembro, e agora reprogramada para julho de 2015. A partir dessa reunião, foi criado um comitê para viabilizar o evento de maneira mais organizada.
"Considero um fracasso para a cidade. Juiz de Fora perde em reconhecimento nacional, internacional e economicamente. Há impacto emocional, que desmotiva bastante o nosso setor e não há como reverter essas perdas. Era um dos eventos mais importantes, bastante significativo para o setor hoteleiro", reclama o gerente geral do Ritz Hotel, Vinícius César Coelho.
Gestor do Joalpa Hotel, José Wagner observa que o adiamento do evento levou a um prejuízo de 60%, em comparação com o ano passado. "Normalmente, temos cerca de 90% dos nossos apartamentos ocupados neste período. Tínhamos algumas reservas para este ano que devem ser canceladas, embora ainda se fale na realização de um feira estritamente técnica. Este ano foi um terremoto em termos de arrecadação."
O coordenador administrativo do Sindicato de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares de Juiz de Fora, Rogério Barros, afirma que o cancelamento de ambos os eventos tende a piorar o cenário que já havia se demonstrado como o pior dos últimos cinco anos. "O primeiro semestre de 2014 foi muito ruim, o pior dos últimos anos e, para agravar, esses dois eventos não vão ser realizados. Com estes tipos de eventos, a rede hoteleira passa a ter ocupação de quase 100% e agora a estimativa é de 40%", revela.
Solução é unir forças
Com o adiamento do Minas Láctea para o mês de julho de 2015 e a possibilidade que seja bienal, os setores buscam se unir para garantir a melhor infraestrutura de maneira prévia. "Nessa reunião, pudemos traçar um plano de trabalho, criar um grupo para realizar o evento com mais tranquilidade e normalidade. É preciso um dinamismo e vamos nos empenhar para isso", propõe Barros.
O secretário de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de Juiz de Fora, André Zuchi, reforça a iniciativa de unir a sociedade civil e o poder público para reverter o cenário. "São eventos importantes com exposição nacional e o importante agora é continuar, mostrar que a cidade continua preparada. Estamos em constante conversa com as entidades, discutindo esses adiamentos junto às instituições, mostrando uma ação proativa. É muito importante não só corrigir as distorções, mas captar novos eventos e criar uma nova dinâmica para que os cancelamentos desse tipo não se tornem um grande problema", diz.
No mesmo tom, o diretor executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes - Zona da Mata (Abrasel/JF), Marcos Henrique Miranda, ressalta que é preciso unir o setor hospitaleiro para conter as ameaças. "O setor ficou mais mobilizado e vamos tentar resolver alguns gargalos, sabendo que a feira no ano que vem pode funcionar melhor. Bares e restaurantes mais preparados, taxistas com preços mais acessíveis para o Expominas, e um parâmetro para que os hotéis possam regular os preços e torná-los mais atrativos", sugere.
A respeito do Miss Brasil Gay, a sensação também foi de perda para boa parte dos hotéis. "Tudo isso é muito negativo. Esses eventos trazem um grande movimento para a cidade. Quando o turismo se faz em cadeia, o segundo grupo que se beneficia é de o bares e restaurantes, com cerca de 35% das despesas, com o setor de alimentação. À medida que não existe, isso é muito prejudicial para o setor", afirma Marcos.