Knorr

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Knorr
A poesia em leitura e imagem

Fl?via Machado
25/03/02

As palavras falam por si mesmas. E as imagens tamb?m. Para o m?sica, poeta, jornalista e designer, Knorr, elas se completam e se fundem na poesia visual, uma esp?cie de leitura onde a imagem completa o verso, e vice-versa. Na bagagem, publica?es, livros, exposi?es e cart?es, nos quais o artista trabalha n?o s? com as palavras, mas com o espa?o que lhe ? pertinente. Muitas vezes, como diz o poeta, a poesia ganha um ar ir?nico e brincalh?o e consegue atingir um p?blico maior.

Sem ter um assunto predominante ou mesmo uma inspira??o, Luiz Augusto Knop de Mendon?a - pouco conhecido por esse nome - conta que, para escrever, bastam o sil?ncio, a solid?o da noite e o barulho do l?pis rabiscando o papel. Amor, cotidiano, palavras e a pr?pria poesia est?o em seus versos, onde o inusitado ganha espa?o. Em 90, publicou Del?rio comprimidos, um poema objeto no qual duas balas vinham numa cartela de rem?dios. E o poema? Ah, o poema vinha na bula! E teve gente que achou que as balas poderiam causar del?rios. Para o poeta, poesia deve causar del?rios, e n?o balas!

De outra vez, a poesia vinha em c?psulas, tamb?m de rem?dios, num vidro com 30. Cada c?psula, continha um pequeno verso em pap?is enroladinhos. O trabalho, intitulado de Inspirinas foi editado nas vers?es adulto e infantil, e fez muito sucesso. Assim como a poesia em cart?es-postais, muito vendida e falada de norte a sul do pa?s, como declara Knorr. Para ele, a poesia visual abrange um p?blico diferente daquele acostumado com poesia comum. "Quando se trata de poesia visual, acredito que, sem querer, as pessoas j? est?o lendo. Desta forma, fica mais f?cil atingir o p?blico."

Tudo come?ou ...

A poesia veio antes mesmo de ele come?ar a cursar a faculdade de Jornalismo, na UFJF. Primeiro, "escrevia normalmente", ironiza. Depois, foram surgindo as influ?ncias, como Chacal e Paulo Leminsky. A faculdade trouxe um conhecimento mais aprofundado sobre a comunica??o visual e, a partir da?, ele passou a escrever tamb?m com os olhos. No come?o da carreira, o poeta percorria os bares da cidade, recitando e tentando ganhar espa?o e divulga??o. Hoje, n?o faz mais isso e at? acha gra?a das fa?anhas. Mas ainda considera a divulga??o do seu trabalho meio 'underground'. O motivo, segundo ele, ? o dif?cil acesso ?s editoras e livrarias, de um modo geral.

Com mais de cinco livros publicados, entre eles Falavras (1998), Quase haikais (1994), Narcisos (1990), O Tapa na Cara (1989) e A Planta da Ponta do P? (1987), Knorr prepara mais um trabalho, que deve ser lan?ado ainda este ano. Desta vez, as poesias v?m em forma de l?minas. ? esperar para ler e ver.