Marcus Marchiori

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Publicado em 29 de Outubro, 2007 às 0:00

Marcos Marchiori Na profiss?o h? 30 anos, o ator j? trabalhou no cinema e em produ?es onde contracenou com grandes nomes da TV. Para o ano que vem, deve acertar participa??o no programa Zorra Total

Marinella Souza
Colabora??o*
29/10/2007

Em arquivo:

Bruno Rangel

"Arte ? tudo aquilo que mexe com a sensibilidade e a criatividade humana.Todos somos artistas no momento em que nos dedicamos a um of?cio com amor". Assim Marcus Marchiori define arte, com um olhar democr?tico e fraterno sob a fun??o que desempenha h? 30 anos com paix?o e dedica??o.

Em 1977, Marcus Marchiori era ainda uma crian?a que brincava com soldadinhos de chumbo quando sua tia o pegou pela m?o e o levou ao Grupo Arte, tradicional companhia de teatro de Juiz de Fora, para fazer um teste para uma pe?a. O objetivo da tia era ajudar o amigo, o diretor Ademir Fernandes, que buscava um int?prete para o co-protagonista de sua pe?a.

O pequeno Marcus, ent?o com sete anos de idade, parecia perfeito para o papel de Marcelinho. E era. N?o s? para fazer o Marcelinho como para muitos outros pap?is que a tia nem sequer imaginava naquele finalzinho da d?cada de 70.

Nesse primeiro contato com o palco, Marcus interpretou um menino que abandonava seu soldadinho de chumbo, universo que lhe era bastante familiar. A pe?a 'A caixa encantada', dirigida por Ademir Fernandes, tratava desse abandono sob a perspectiva do brinquedo abandonado e abriu as portas de um mundo novo para aquele garoto que nem entendia direito o que estava acontecendo.

De l? para c?, passaram-se 30 anos e, hoje, Marcus Marciori j? n?o seria mais escalado para representar um garotinho. O menino cresceu e transformou-se em um homem imerso no universo art?stico, pai de quatro "marcelinhos", cheio de responsabilidades de gente grande. Mas se voc? prestar bem aten??o no seu olhar brilhante e no sorriso f?cil, n?o demorar? a reencontrar o menino de sete anos.

Paix?o pelo teatro

Marcus ? um ator experiente, j? trabalhou no r?dio, no cinema e em produ?es globais, contracenando com grandes nomes da teledramaturgia brasileira, como Lima Duarte. Mas n?o nega que sua grande paix?o ? o teatro. "O teatro ? uma arte instant?nea. Olhar no olho do espectador, perceber suas rea?es e interagir com ele s?o coisas que n?o t?m pre?o", derrete-se o "menino", hoje com 37 anos.

Contrariando o consenso de que Juiz de Fora n?o oferece espa?o para o teatro, Marcus orgulha-se de sua hist?ria profissional e garante que a cidade ? um celeiro de grandes artistas. "Juiz de Fora ? uma f?brica de cultura, o que falta ? a uni?o da classe", garante. E acrescenta: "Juiz de Fora ? fant?stica, oferece excelentes condi?es de infra-estrutura, est? perto de grandes centros e nos ?ltimos anos melhorou muito".

Mas pondera que o grande desafio de se fazer teatro na cidade est? no quesito forma??o profissional. Segundo Marcus, n?o temos nenhum centro espec?fico de forma??o profissional do ator e tamb?m da parte t?cnica. "Teatro n?o ? s? intui??o e talento natural. Um ator para ser bom tem que saber algumas t?cnicas, tem que ter estudo", ensina o ator.

Al?m disso, o ator alerta que um bom espet?culo n?o se faz s? de grandes atores. Existe toda uma equipe t?cnica que trabalha junto e contribui para o sucesso do espet?culo e Juiz de Fora n?o tem qualifica??o para esses profissionais. "N?o temos sequer um cen?grafo, somos n?s, atores e diretores que nos desdobramos na produ??o de cen?rios, ilumina??o e trilha sonora. O resultado tem sido muito bom, mas n?o ? o ideal", lamenta-se Marcus.

H? dois anos presidindo uma funda??o que cuida dos atores, Marchiori garante sua preocupa??o ? fazer essa qualifica??o, direcionar talentos e unir a classe art?stica da cidade e regi?o. "A Associarte oferece cursos de teatro que n?o se focam exclusivamente na forma??o do ator. Se percebemos que um aluno tem mais habilidade para a cenografia, por exemplo, incentivamos que ele fa?a cursos nessa ?rea", orgulha-se.

O grande barato de Marcus Marchiori ? fazer humor - o que ele garante, ? muito mais dif?cil do que fazer drama - mas ele j? se aventurou em outros g?neros. Inclusive, utilizou o teatro para tratar de temas educativos sem car?ter pedag?gicos em empresas, ? ?poca em que desenvolveu o projeto Arte e Vida. Com esse projeto, Marchiori chegou a atuar em plataformas petrol?feras em Maca?, a convite da Petrobr?s.

Marchiori conta que, em sua ?ltima jornada pelo drama, na pe?a 'Uma chance para a esperan?a', que aborda o conflituoso relacionamento de um jovem casal em uma atmosfera de v?cio e libertinagem, ele teve a real no??o do quanto ? dif?cil fazer humor. "As pessoas est?o mais predispostas a chorar do que a rir... acho que ? porque a vida j? est? sofrida demais e a identifica??o com a dor ? mais f?cil" , analisa.

Com tantos personagens diferentes, aquele pelo qual o ator guarda carinho especial ? o Palha?o Sorriso. "O momento mais feliz da minha carreira foi apresentar o Sorriso no Circo Orfei. Depois da apresenta??o, Frederico Orfei, sobrinho do fundador do Circo, Orlando Orfei, ofereceu um jantar para mim e minha fam?lia em pleno picadeiro. Foi minha maior alegria", recorda-se, trazendo de volta o brilho do olhar do menino.

Muitos pr?mios

Colecionando pr?mios, o ator conta que seu maior sonho ? mostrar seu humor na televis?o. E revela: "isso ? quase uma realidade, estamos negociadno a ida de um personagem para o Zorra Total". Segundo o ator, falta acertar mais alguns poucos detalhes, talvez ano que vem possamos nos orgulhar de mais um juizforano nas telas globais.

Al?m de pr?mios, Marchiori coleciona hist?rias interessantes, como a temporada em que ele dividiiu o mesmo teatro com uma atriz global, triplicando o n?mero de p?blico que tal espet?culo atingiu. "Ela trabalhou com meia casa, n?s tivemos que fazer dois espet?culos seguidos para atender todo mundo", orgulha-se.

Seu sucesso mais recente, a com?dia 'Ser ou n?o ser', em cartaz h? quatro anos, j? ganhou pr?mio de melhor cen?rio, melhor ilumina??o, melhor espet?culo, melhor trilha original e, claro, melhor ator. A pe?a trata do universo das drag queen's e conta a hist?ria de um ator desempregado que tenta ludibriar a drag queen, vivida por Marcus Marchiori para conseguir um papel na novela das 20h.

Marcus orgulha-se de dizer que hoje, vive de arte em Juiz de Fora e mais, vive com conforto. Mas admite que, n?o foi f?cil chegar at? aqui e, ainda hoje, tem que se desdobrar para manter esse padr?o. "? uma vida mambeme, a gente tem que viajar muito, fazer de tudo um pouco para dar conta".

Ele conta que quando formou-se em veterin?ria, chegou a colocar em d?vida essa vida, mas n?o se arrepende de tudo o que passou em nome da arte. "? muito dif?cil ficar longe da fam?lia, mas n?o tem jeito, a arte tem que se espahar... fica a saudade... imensa... mas estar no palco ? inexplic?vel, ? uma emo??o ?mpar, como se me religasse na tomada para recarregar a minha energia".

Conhe?a a Associarte

A Associa??o de Artistas de Juiz de Fora e regi?o ? uma funda??o particular cujo objetivo ? apoiar toda e qualquer manifesta??o art?stica. Nasceu da preocupa??o do cabeleireiro Jos? Maria, com a classe art?stica de Juiz de Fora.

A entidade funciona como uma empresa juridicamente perfeita que sobrevive do apoio dos associados. Al?m disso,todo projeto desenvolvido pela Associarte tem parte da renda revertida para a sede.

A Associarte funciona na sala Nat?lio Luz no Centro Cultural Bernardo Mascarenhas e qualquer pessoa pode ir ao local e associar-se. Os associados contam com algum benef?cios como: espa?o de divulga??o no site e no jornalzinho (a serem lan?ados em novembro), sede para reuni?es, grupos de estudo etc., internet via r?dio 24h, estrutura jur?dica, cadastro atualizado al?m de desconto nas produ?es da funda??o e conv?nio com estabelecimentos comerciais da cidade.