Thiago Stephan

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Thiago Stephan
Botonista juizforano integra a equipe do Vasco, no Rio de Janeiro e j? foi campe?o brasileiro quando tinha apenas 16 anos

Ricardo Corr?a
Rep?rter
26/12/05

No v?deo, o botonista Thiago Stephan conta do crescimento do futebol de mesa em Juiz de Fora e n?o p?ra de jogar bot?o nem para falar. Clique no ?cone ao lado!

De brincadeira de crian?a ? coisa s?ria. Foi assim que o juizforano Thiago Stephan (foto ao lado) passou de mais uma crian?a a se divertir com um punhado de pedacinhos de pl?stico a um dos principais nomes do futebol de mesa no pa?s. Uma hist?ria que come?ou aos cinco anos de idade, quando ele e o irm?o ganharam bot?es de pl?stico e um "estrel?o" (campo onde se disputa o jogo). Dos bot?es pl?sticos e acr?lico ele evoluiu para os "galalites", bot?es diferenciados que comprava em Niter?i, onde morava um primo.

Mas as coisas come?aram a mudar mesmo em 1989, quando Thiago Stephan disputou o primeiro campeonato, organizado por uma loja de materiais esportivos de Juiz de Fora. A elimina??o ainda na primeira fase poderia ter feito o menino de 12 anos desistir, mas n?o foi isso que aconteceu. Logo que terminou o campeonato, foi convidado para integrar a equipe de futebol de mesa do Sport Club Juiz de Fora, passando a levar a s?rio o esporte.

Em pouco mais de 15 anos nas disputas, Thiago passou por v?rias equipes de Juiz de Fora e de outros lugares. Do Futrica, da Vila Ozanan, que integrou em 1990, foi para o Tupi, onde ficou at? 1994, quando saiu da cidade para jogar pelo Paleta de Ouro, da Tijuca (RJ). Ficou l? at? 1997, e no ano seguinte voltou a defender um time de Juiz de Fora: o Chacal, ficando l? at? 2001, ano em que passou para a Sociedade Portuguesa.

Foi representando os lusos que Thiago Stephan passou os ?ltimos anos e se preparou para a realizar o grande sonho de crian?a. Torcedor do Vasco da Gama, do Rio, em 2005 foi convidado a fazer parte da equipe de futebol de mesa do clube carioca.

As conquistas
Em toda essa trajet?ria, n?o faltaram conquistas. Tantas que Thiago parou de contar ou anotar. A primeira mais importante que lembra foi em 1991, na Copa Geraldo Vieira, em homenagem a um importante jogador da cidade.

"Foi um campeonato interno de um clube, mas tinha muita gente boa jogando", lembra ele, que depois foi campe?o mineiro J?nior individual e por equipes. Mas a maior conquista foi, sem d?vida nenhuma, em 1993. Com apenas 16 anos ele disputou o Campeonato Brasileiro, e na categoria adulto. Resultado: venceu e surpreendeu a todos os competidores. Na ?poca, Thiago Stephan representava o Tupi.

Em 1997 voltou a ganhar o Brasileiro, agora por equipes, representando o Paleta de Ouro, da Tijuca. "E de l? para c? ganhei o Mineiro de 2004 pela Sociedade Portuguesa. Fui bicampe?o do Rio-Minas de Trio, em 1993 e 1994 e fui umas duas ou tr?s vezes vice-campe?o de trio", diz o jogador, que disputa os campeonatos da chamada "regra de tr?s toques".

O sonho de jogar no Vasco
A ida para o time de S?o Janu?rio foi motivada pelo convite de um amigo que viabilizou a proposta. A id?ia dos vasca?nos era montar uma equipe espalhada pelo Brasil, e s? formada por torcedores do Vasco, como Thiago. Mas ele mesmo conta que n?o foi poss?vel, j? que v?rios torcedores de outros times acabaram aderindo ? equipe mais tarde. No caso de Thiago, o amor pelo clube permitiu que ele realizasse um sonho.

"N?o ganho nada, mas sou vasca?no. ? a realiza??o de um sonho de crian?a. Estou realizado, mas fico triste porque lutei para reerguer o esporte da cidade e agora estou jogando contra eles", diz o botonista, que treina na cidade, em mesas de clubes ou em sua pr?pria casa, contra seu irm?o, Jo?o Francisco Stephan, tamb?m fera do futebol de mesa, e que j? conquistou a Copa do Brasil da modalidade.

"Eu tenho um tr?nsito muito bom como todo mundo em Juiz de Fora. Vou ao Rio, disputo os campeonatos, mas treino aqui", explica o jogador.

Atleta-dirigente
Disposto a colocar o futebol de mesa da cidade nos eixos, Thiago nunca se limitou a jogar. Tanto que chegou a ocupar a presid?ncia da Confedera??o Brasileira de Futebol de Mesa no ano passado. Largou o cargo porque diz ter cansado, mas nunca desistiu de organizar campeonatos e melhorar a estrutra de futebol de mesa em Juiz de Fora. O maior desafio sempre foi ter muitos praticantes.

"Nossa modalidade, a regra de tr?s toques, tem uma dificuldade muito grande de promover renova??o. Ent?o j? conversamos com o sub-secret?rio de Esportes e Lazer da Prefeitura (Ricardo W?gner) para incluir o futebol de mesa nos Jogos Intercolegiais do ano que vem. Mas vai ser o futebol de bot?o mesmo, com dadinho, como se joga normalmente, sem as regras oficiais", explica Thiago Stephan, lembrando, no entanto, que as coisas evolu?ram nos ?ltimos anos.

"Hoje j? temos cerca de cem botonistas na cidade. As coisas est?o melhorando e a gente se sente recompensado. H? quatro anos existia apenas uma mesa da nossa modalidade na cidade, que ficava na minha casa e s? dez pessoas jogavam. Hoje j? s?o 20 mesas oficiais, cerca de 40 praticantes confederados, alguns no Rio de Janeiro", conta ele, deixando claro que adora jogar, mas tem um carinho especial pela organiza??o dos eventos.

"Organizar ? mais dif?cil, mas ? mais prazeroso. Quando a gente se esfor?a para fazer um campeonato e v? tudo pronto ? muito bom", diz ele que embora em bom momento nas mesas, coloca como seus principais sonhos na organiza??o. "Quero que o futebol de mesa volte a ser o que foi na d?cada de 80 e in?cio da d?cada de 90. Gostaria de voltar com o futebol de mesa do Tupi. Mesmo h? tantos anos fora, o Tupi ainda ? o time que tem mais t?tulos mineiros", ressalta ele, lembrando que JF continua revelando grandes talentos para o esporte.

"O Leonardo Stumpf, por exemplo, foi o grande destaque do ano. Foi campe?o juizforano individual, mineiro individual, vice nos Brasileiros individual e equipes e campe?o da Copa do Brasil". Enquanto isso, Thiago ressalta que quando est? organizando ? mais dif?cil se focar nas conquistas na mesa, mas ressalta que vive um bom momento tamb?m.

"Quando jogo entro sempre para ganhar, mas muda quando estamos organizando. De qualquer forma estou jogando bem. Em 2004 e 2005 eu joguei 16 partidas no Brasileiro e ganhei as 16", diz o craque juizforano dos bot?es.