Samuel Dutra de Souza

Por

Samuel Dutra de Souza
Jogador de futebol tornou-se profissional e agora vai tentar a vida em um clube do interior de S?o Paulo, de olho no exterior

Ricardo Corr?a
Rep?rter
11/01/2006

Clique no ?cone ao lado e veja uma reportagem com o atacante Samuel, que fala das dificuldades da profiss?o e da realiza??o de um sonho.

A presen?a de mais de 200 jovens em uma peneira realizada pelo Tupi d? a no??o exata do tamanho do grupo das pessoas que sonham ou j? sonharam em ser jogador profissional de futebol (leia a mat?ria!). Mas a dist?ncia entre o sonho e a realidade parece ser, nos gramados, muito mais longa que na maioria das outras profiss?es. E ? por isso que Samuel Dutra de Souza, 23 anos, n?o pode reclamar! Dos 300 garotos que jogaram com ele nas escolinhas, ainda quando crian?a, apenas 1% chegou aos profissionais. E ele foi um deles.

O sonho que os garotos buscam na peneira realizada no Tupi, Samuel j? realizou. Foi em 2004, quando vestiu a camisa dos profissionais do Galo. Mas antes disso, caminhou bastante no futebol e quase perdeu a conta dos obst?culos que precisou superar.

A hist?ria come?ou ainda quando crian?a, quando jogava bola na rua como a maioria das crian?as. Mas no caso de Samuel caminho foi diferente. Ele logo come?ou a fazer escolinha de futebol. O ano era 1988 e ele ingressou no Tupi, onde ficou at? 1993. De l? transferiu-se para o rival Sport Club Juiz de Fora e n?o teve d? de seu ex-clube. Lembra-se dos dois gols que fez na vit?ria do Periquito sobre o Galo, em 05 de agosto daquele ano. Os dois gols n?o foram os ?nicos na temporada e por isso Samuel acabou ganhando de presente a convoca??o para a Sele??o Juvenil de Juiz de Fora, que iria disputar um torneio em Divin?polis.


Mas o atacante durante muito tempo se dividiu entre os campos e as quadras. Em 1995 voltou ao futsal, esporte em que come?ou a carreira. Atuou pelo E. C. Mariano Proc?pio, mas seguiu jogando no Sport, tendo conquistado a artilharia do Campeonato da Liga de Futebol de Juiz de Fora com 12 gols.

A dupla jornada seguiu at? 1997, quando ele voltou a e se dedicar exclusivamente ao futebol de campo. E a aposta deu resultado. Samuel foi campe?o invicto pelo Sport Club Juiz de Fora e acabou ganhando proje??o para voltar ao Tupi, onde iria conquistar tr?s t?tulos.

Novos rumos
Em 1999, o atacante voltou a ser convocado para a Sele??o de Juiz de Fora e disputou um torneio na cidade de Campos, no interior do Rio de Janeiro. Foi apenas para representar Juiz de Fora mas acabou ficando por l?. ? que os dirigentes do time preto e branco gostaram da atua??o de Samuel e decidiram apostar nele para ingressar em seu time juvenil.

Foi no Americano que Samuel come?ou a ter contato com grandes equipes do futebol brasileiro. Atuou contra o Flamengo, Madureira, Campo Grande, Bangu, S?o Crist?v?o, Botafogo e v?rias outras equipes e comemorou a artilharia do Campeonato da Cidade de Campos.

Mas a trajet?ria estava no in?cio, afinal faltavam ainda alguns passos para chegar ao sonho de se tornar jogador profissional. Em 2000, ele ficou perto disso. Depois do Campeonato Brasileiro Juvenil, o atacante foi destacado para o grupo de juniores do clube, categoria na qual disputou o Campeonato Carioca.

A profissionaliza??o
A brincadeira de crian?a j? havia se tornado coisa s?ria e a realiza??o do sonho n?o demorou. Em 2001 Samuel, ainda com idade para jogar como j?nior, passou ? equipe de profissionais do clube de Campos. E n?o esquece ainda hoje da primeira partida: um amistoso contra o Vasco.

Mas o futebol tem altos e baixos e a vida promissora no Americano foi interrompida em 2002, quando trocou a camisa preta e branca por uma outra bem mais chamativa: a rosa choque do Rio Branco, rival do Americano na cidade. Foi com essa camisa e com uma outra por baixo que ele viveu o momento mais emocionante da carreira.

"O que mais me marcou foi quando eu joguei com a camisa em homenagem ao meu pai por baixo e fiz o gol. Era o primeiro jogo contra o Americano, clube do qual eu tinha sa?do, e meu pai estava l?. Ap?s o gol consegui ir l? com a camisa abra?ar ele, que sempre me apoiou", contou Samuel, sem pensar muito.

A saudade do pai e da m?e que ficaram em Juiz de Fora foi o que mais pesou na hora em que Samuel decidiu voltar para casa, em 2004. Foi quando ele recebeu a proposta para jogar no Tupi, clube no qual come?ou e foi torcedor de arquibancada. Mas o ano n?o era bom, o time enfrentava muitas dificuldades e Samuel n?o teve muitas oportunidades. Pior, a equipe disputava a Primeira Divis?o do Campeonato Mineiro, come?ou bem a competi??o mas acabou desandando e sofrendo com o drama do rebaixamento. Samuel avalia como o momento mais triste da carreira, mas n?o o mais dif?cil.

"O mais dif?cil era quando estava fora de casa. A quest?o da alimenta??o, o aperto que ?. E em alguns clubes que passei a concentra??o n?o era t?o boa. Chegou ao ponto de uma vez dormirmos na arquibancada de um est?dio, de tanto calor que havia dentro da concentra??o", lembrou Samuel.

Depois de jogar no Tupi, Samuel voltou para Campos. Mas n?o apenas para jogar bola e sim para terminar a Faculdade de Educa??o F?sica, que nunca abriu m?o de fazer. Formou-se e durante o ano de 2004 jogou novamente no Rio Branco e depois no Goytacaz, completando o trio das grandes equipes da cidade. Depois voltou a Juiz de Fora para fazer o mesmo. Em 2005 atuou no time que o Tupynamb?s montou para disputar torneios amadores e fechou tamb?m o ciclo dos tr?s grandes clubes de Juiz de Fora.

Futuro promissor
Depois de um ano complicado, agora Samuel vive um bom momento. Isso porque acabou de acertar uma transfer?ncia para uma equipe do interior de S?o Paulo, onde o futebol ? forte e com mais repercuss?o. Isso aconteceu depois que fez um dvd com seus lances e enviou a um empres?rio que est? negociando seu passe. Antes de aceitar a proposta dos paulistas, no entanto, recebeu algumas outras ainda mais ousadas.

"Tive propostas do exterior, para jogar na Tun?sia e depois em Israel, mas acabei avaliando que ainda n?o era vantajoso", contou Samuel, que no entanto sabe exatamente que ? fora do pa?s que quer chegar.

"Estou bem fisicamente, vou trabalhar forte l? no interior de S?o Paulo, onde a m?dia ? muito forte, e espero fazer um bom campeonato. J? est? no momento de pensar em ir para fora do Brasil", diz Samuel, no entanto sem revelar ainda qual o time com o qual fechou em terras paulistas. Ele se apresenta ainda neste m?s ? nova equipe. E, agora j? profissional, tem os sonhos renovados.