Prefeitura de São Paulo cria bônus para reter professores em 529 escolas da periferia

Por ISABELA PALHARES

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Prefeitura de São Paulo publicou nesta terça-feira (9) um decreto em que define o pagamento de bônus para professores e funcionários que atuarem em 529 escolas municipais da periferia.

Aprovada em outubro do ano passado, a GLT (gratificação por local de trabalho) foi proposta pela gestão Ricardo Nunes (MDB) com o objetivo de reter os profissionais em escolas da cidade com alta rotatividade e dificuldade de atrair servidores.

A gratificação varia de R$ 300 a R$ 1.500 por mês para os profissionais do quadro de magistério e de R$ 200 a R$ 500 para os servidores do quadro de apoio. Os valores são definidos de acordo com a classificação da escola, que foram separadas em seis faixas.

Há, por exemplo, 88 escolas classificadas na faixa seis, a de maior dificuldade de lotação. Nessas unidades, os servidores vão receber o valor máximo da bonificação.

A maioria das escolas nessa faixa fica na zona sul e estão no Campo Limpo e na Capela do Socorro.

Segundo a SME (Secretaria Municipal de Educação), aumentar a atratividade e a capacidade de retenção de profissionais nessas unidades irá ajudar na melhoria dos resultados educacionais das escolas.

"[A alta rotatividade] compromete o cumprimento do projeto pedagógico e afeta a aprendizagem dos estudantes. O benefício permitirá ainda que o profissional crie mais vínculo com as unidades escolares", diz nota da secretaria.

Os sindicatos de profissionais da educação do município foram favoráveis ao bônus estipulado pela prefeitura, já que essa é uma demanda antiga da categoria.

No entanto, alertam que só a bonificação não é suficiente para garantir a fixação dos profissionais e pedem para que sejam feitos também investimentos nessas escolas para que tenham segurança, melhor estrutura e manutenção.

O mesmo projeto que instituiu a gratificação também reduziu o número de faltas abonadas permitidas aos servidores, de 10 para 6 por ano.