Suspeito de matar mãe e filha no Japão vai se apresentar à polícia, dizem advogados
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O homem que o Japão diz ser suspeito de matar sua esposa e sua filha irá se apresentar em breve para as autoridades policiais. A informação é dos advogados de Anderson Robson Barbosa, 33.
A polícia japonesa o tem como foragido, conforme divulgou a rede estatal do Japão, a NHK. Segundo o canal, a japonesa Aramaki Manami, 29, e sua filha, Lily, 3, foram esfaqueadas e encontradas mortas no apartamento onde moravam, na cidade portuária de Osaka (cerca de 400 km a leste de Tóquio). O crime teria acontecido no mês passado.
Logo depois do crime, diz a NHK, Anderson embarcou rumo ao Brasil, onde não foi encontrado. Ele é natural de Londrina, no Paraná.
Segundo nota enviada pelos advogados Hélio de Matos Venâncio e Matias Soares Furlanetto, a acusação não expressa a realidade dos fatos nem dos fundamentos jurídicos e Anderson provará sua inocência. "Até que seja processado e julgado, o Sr. Anderson é, para todos os efeitos jurídicos, presumidamente inocente."
Os advogados criticam a imprensa pela divulgação das informações que, segundo eles, "levam a população receptora das reportagens a concluir ser o mesmo culpado por ato ilícito, cuja inocência ainda não pôde demonstrar".
De acordo com a nota, as publicações geram "situação vexatória ao mesmo e à sua família, além de gerar gravíssima comoção pública que vem causando severo prejuízo".
Os advogados afirmam que tanto a família quanto Anderson vêm sendo perseguidos e recebendo ameaças, inclusive de linchamento.
O texto diz que, considerando o Sistema Internacional Penal e Processual Penal, Anderson não é considerado foragido, pois não existe inquérito policial. "Anderson não está sendo buscado pelas autoridades constituídas para a persecução penal", afirmam os defensores.
Eles ressaltam que Anderson não é réu, nem acusado, nem indiciado, mas que já fez contato com a polícia (sem informar se do Japão ou do Brasil), "diante da qual se apresentará oportunamente para colaborar com o esclarecimento dos lamentáveis fatos ocorridos".