Evento em Aparecida (SP) retorna com santuário lotado, fila para velas e trânsito

Por FÁBIO PESCARINI

APARECIDA, SP (FOLHAPRESS) - Devota, Teresinha Sousa Teixeira, 68, chorou quando a imagem de Nossa Senhora Aparecida passou pertinho dela para a missa das 9h, a principal das sete que serão realizadas ao longo desta quarta-feira (12) no Santuário Nacional de Aparecida, no interior de São Paulo.

Para ver a imagem de perto, dona Teresinha precisou enfrentar uma multidão na basílica, superlotada e com longas filas do lado de fora, ao contrário do que se viu nos dois últimos anos de pandemia.

"É uma emoção muito forte. Desta vez vim aqui para agradecer", afirmou a idosa, de Goiânia. Ela disse que nas últimas três décadas, só não foi a Aparecida quatro vezes: quando seu marido e seu filho morreram e nos dois últimos anos, por causa da crise sanitária.

Depois de dois anos com restrições, o evento em homenagem à padroeira do Brasil voltou a ter lotação completa este ano --e, com isso, os fiéis enfrentam grandes filas e trânsito na chegada.

Para assistir a celebração da grade em frente ao altar central, dona Teresinha entrou na basílica às 5h, foi abrindo caminho, e não saiu mais.

A mesma sorte não teve Sebastião Jeremias, 57, que saiu de carro ante das 8h com a família, da vizinha Taubaté.

"A [rodovia Presidente] Dutra estava com muito trânsito e foi muito difícil estacionar", disse ele que pretendia escutar a celebração do lado de fora, igualmente aglomerado.

A direção do Santuário Nacional evita fazer projeções de público, por falta de parâmetro pela pandemia, já que em 2020 as celebrações foram fechadas. No ano passado, ainda com restrições, 70 mil pessoas foram a Aparecida para acompanhar as missas com distanciamento de lugares nos bancos.

Em 2019, antes da pandemia, 160 mil pessoas foram a Aparecida nas comemorações do Dia da Padroeira do Brasil.

Nesta quarta há filas de até 40 minutos na sala de velas, para ver a santa e em praticamente todos os locais públicos.

E foi a Covid-19 que levou Jéssica Santos, 38, moradora na zona norte da cidade de São Paulo, a esquecer as regras que durante dois anos impediam as pessoas de ficarem próximas das outras, ainda mais sem máscara, como estavam quase todos na basílica nesta quarta.

"Meu marido ficou duas semanas internado. Rezei muito para ele sarar", afirmou.