Vazamento de gás tóxico deixa 1 morto, causa pânico e lota hospital de Pontal (SP)

Por CRISTINA CAMARGO

SÃO PAULO, SP, E RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) - O vazamento de gás tóxico deixou uma pessoa morta e fez com que dezenas procurassem atendimento médico, com falta de ar, em Pontal (a 315 km de SP), na noite desta terça-feira (4).

Segundo secretário-geral da prefeitura, Abnevaldo Neves Silva, quatro pessoas estão internadas, sendo duas em estado grave, intubadas.

Ainda não há informações oficiais sobre o produto químico que causou a intoxicação e sobre a localização exata do incidente. A suspeita é que o vazamento tenha ocorrido em uma casa onde haveria a fabricação não autorizada de produtos de limpeza, segundo o secretário.

Os moradores relataram o surgimento de um vapor que entrou nas casas, com cheiro forte, e causou falta de ar, ardência na garganta, dor no peito e mal-estar, por volta das 19h desta terça. Houve pânico e correria e muitas pessoas desmaiaram e saíram de casa vomitando.

A origem do gás foi o bairro Campos Elíseos, mas a substância chegou também a Nova Pontal, Jardim Europa, Jardim Jequitibá 1,2 e 3, Vila Adelaide e Vila Regina.

A Santa Casa da cidade ficou lotada e a prefeitura precisou pedir ajuda a municípios vizinhos para conseguir ambulâncias e a transferência de pacientes. Médicos e enfermeiros foram convocados com urgência. Segundo Silva, ao menos 70 pacientes precisaram de atendimento.

Animais de estimação também foram levados para a Santa Casa após o vazamento e funcionários pediram o auxílio voluntário de veterinários.

De acordo com o secretário-geral, Alessandra Alves da Silva, 38 anos, estava em casa quando começou a passar mal em razão do forte cheio e já chegou ao hospital sem vida.

Os pacientes intubados foram transferidos para hospitais em Sertãozinho (303 km de SP) e Ribeiro Preto (313 km de SP). Em uma live pouco depois da meia-noite, o prefeito José Carlos Neves Silva (PSL) anunciou que todos os serviços públicos, exceto os de saúde, estão suspensos nesta quarta-feira (5). Não haverá aulas nas escolas municipais.

Ao ser informado do problema, o prefeito foi ao bairro Campos Elíseos, às 19h55, e encontrou moradores correndo, assustados e passando mal, sem saber o que estava acontecendo. "Agora está sob controle", disse Silva.

A orientação é para que os moradores usem máscaras de proteção respiratória, deixem os imóveis abertos e busquem abrigo pelo menos até esta manhã no ginásio de esportes Adib Damião. A cidade tem cerca de 51 mil habitantes e ainda não dá um levantamento total de desalojados.

O prefeito afirmou que poderá abrir também escolas públicas para os desabrigados temporários. Ele garantiu o fornecimento de colchões, cobertores, água, leite e alimentos.

O município divulgou o telefone (16) 3953-9999 para informações.

A Polícia Civil investiga as causas do vazamento. A Cesteb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) foi acionada para avaliar a situação e informa que estão sendo feitas inspeções nos imóveis e em empresas das imediações, em busca da fonte da poluição.

"Até o momento, não foi encontrada nenhuma atividade que pudesse ser a causadora da contaminação", diz o órgão.