Bacharela em direito confessa morte de noivo empresário em motel do DF
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O corpo de um empresário paulistano foi encontrado por funcionários do Motel Park Way, no Setor de Postos e Motéis Sul, no Distrito Federal, na madrugada desta quarta-feira (9). Jordan Lombardi, 40, foi morto a tiros pela noiva, Marcella Ellen, 31, que, fugiu do local no carro da vítima, derrubando o portão do estabelecimento. Horas depois, ela se entregou à polícia e confessou a autoria do crime. Segundo a defesa da mulher, que confirmou a identidade de ambos, ela teria reagido a dois tapas e disparou "sem pensar".
Segundo a polícia, o empresário, sócio de uma empresa de consultoria empresarial norte-americana com atuação em São Paulo, tinha hematomas no rosto e uma perfuração de bala no olho. Agentes do Corpo de Bombeiros, chamados para atender a ocorrência, registraram que o corpo da vítima tinha algumas manchas esbranquiçadas e já apresentava estado inicial de rigidez cadavérica.
O casal chegou ao motel por volta das 16h30 da segunda-feira (7). Testemunhas disseram à polícia ter visto um outro homem chegando ao local na noite de ontem, em um carro de aplicativo, e entrado no quarto do casal. Ele teria deixado o estabelecimento cerca de duas horas depois. Segundo a polícia, a vítima teria sido baleada por volta das 4h30 desta quarta-feira.
O advogado de Marcella, Johnny Cleik Rocha da Silva, disse à reportagem que ela era natural de Brasília, onde toda a família dela ainda mora, mas que havia ido para São Paulo tentar a vida como modelo. Foi na cidade que ela conheceu o empresário.
"Depois de dois anos juntos, ficaram noivos. E vieram ao Distrito Federal para fazer os preparativos para o casamento. Ela queria reunir a família dela e fazer o casamento aqui, já que o casal não tinha contato com a família do empresário", disse o advogado.
Ao chegarem ao motel na segunda-feira, segundo Silva, os dois passaram a usar uma quantidade exagerada de drogas. Misturaram doses de cocaína com cigarros de maconha e pílulas de ecstasy. "Eles estavam muito drogados. Ontem, eles decidiram chamar um garoto de programa para ficar com eles. Segundo ela me contou, o rapaz chegou, ficou um tempo, mas descobriu que havia muita droga e também uma arma ali no quarto. Ele desconversou e foi embora", afirma Silva.
Na madrugada, o casal teria discutido por ela exigir que o noivo tomasse atitude para defender uma pessoa da família dele, que estaria sofrendo violência. "Foi quando ele comprou a arma, segundo ela", conta o advogado, acrescentando ainda que ela teria ameaçado o noivo com a arma e, por isso, ele teria a desafiado e aplicado dois tapas nela. "Foi nesse momento que ela conta que, sem pensar, apertou o gatilho". Em seguida, a mulher fugiu do local num Audi Q7 da vítima, chegando a derrubar o portão do motel.
A reportagem entrou em contato com a gerência do estabelecimento, mas foi informado que ninguém estaria autorizado a falar sobre o assunto.
Em fuga, Marcella Ellen pegou apenas as chaves do carro da vítima, a arma do crime e a própria bolsa quando decidiu sair do motel, sem roupas. Inicialmente, a ideia seria que ela voltasse a São Paulo. Porém, como o veículo pertencia à empresa dele, e rastreado eletronicamente, acabou bloqueado menos de 6 km depois.
Segundo Silva, armada, ela chegou a abordar duas vans escolares, sem sucesso, e conseguiu render um motorista de caminhão, com quem seguiu viagem até Girassol (GO). Ela teria contado o que houve ao motorista, que, após dizer que pararia para abastecer, desceu do veículo e correu. "Ela ficou então sozinha, nua, com a bolsa e a arma. Já muito cansada e emocionalmente abalada, ela resolveu descer, jogou a bolsa no chão, jogou a arma e gritou que chamassem a polícia porque ela queria se entregar".
Na Delegacia de Águas Lindas, em Goiás, segundo a polícia, a bacharela em direito confessou a autoria do homicídio e acabou presa em flagrante pela morte e também por roubo à mão armada, dada as abordagens a motoristas.
Marcella Ellen deve passar por audiência de custódia nesta quinta-feira e foi conduzida ao Presídio de Luziânia (GO). O crime é investigado pela 11ª Delegacia de Polícia do Núcleo Bandeirante, no Distrito Federal.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública de Goiás para obter mais informações sobre o andamento do caso, mas até o momento, não obteve resposta. Este espaço será atualizado tão logo haja posicionamento.